quarta-feira, 27 de dezembro de 2017
domingo, 24 de dezembro de 2017
Saúde e Paz
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
Consea analisa Segurança alimentar de Alagoas
O panorama da desigualdade social em Alagoas, o aumento da miséria e da fome e suas consequências na educação, saúde e segurança social. Os avanços e retrocessos das políticas públicas foram avaliados por representantes do Consea, professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e convidados, na reunião ampliada do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Segundo um dos palestrantes, professor Haroldo Ferreira “No Brasil, Alagoas ocupa a última posição em qualidade de vida”.
“Alagoas passou dez anos para tirar 800 mil pessoas da extrema pobreza e colocá-los na pobreza. Nesses últimos dois anos, 600 mil pessoas retornaram para extrema pobreza. O Consea é o principal instrumento de articulação para fazer esse debate sobre a segurança alimentar no Estado. E o nosso desafio é como regulamentar a utilização do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza”, disse o ex-superintendente de segurança alimentar e nutricional, Antonino Cardozo.
Foi nesse espaço de reflexão que o professor Cícero Pericles da Ufal falou sobre os indicadores sociais e econômicos de Alagoas e o professor Haroldo Ferreira (Ufal) apresentou os indicadores de insegurança alimentar no Estado. Também representantes da agricultura familiar, de comunidades tradicionais quilombola, matriz africana e indígena relataram o cenário de insegurança alimentar, violência e preconceito em que vivem.
“Alagoas tem fechado os olhos para nossos povos indígenas e criado preconceitos. O Estado desconhece os povos existentes no Agreste, Zona da Mata, Sertão e Baixo São Francisco. Os territórios dos povos do sertão foram invadidos pela cidade e o Estado não reconhece esses povos. Se a reforma agrária fosse feita, existiria espaço para todos os trabalhadores, mas não existi interesse do governo”, disse a índia Eline Juvita de Lima, dos povos Wassu Cocal de Joaquim Gomes.
Além dos debates sobre a segurança e qualidade alimentar, que é responsabilidade do Estado, os participantes realizaram trabalho em grupo sobre o contexto da SAN em Alagoas e qual a agenda proposta para 2018.
As propostas apresentadas na plenária para promover a segurança alimentar em Alagoas foram: Assistência técnica agroecológica, reforma agrária, acesso das famílias as tecnologias sociais para captação de água de chuva, proteção das sementes crioulas, compromisso do governo do Estado com o PNAE e o PAA, alimentação de qualidade nas escolas, criação de Conselhos Municipais de Segurança Alimentar, criação do Plano Estadual de Segurança Alimentar e do Plano Estadual de Combate a Pobreza do (Fecoep), uma secretaria de agricultura que trabalhe em prol da agricultura familiar, entre outras reivindicações.
O resultado das discussões da reunião ampliada, que ocorreu no dia 19 de dezembro, no auditório da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado (Fetag), será encaminhado para o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
De acordo com o Consea a reunião ampliada é uma atividade que precede ao “Encontro da 5º Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), e tem o objetivo de realizar o balanço das proposições aprovadas na 4º Conferência Estadual da SAN de Alagoas, realizada em agosto de 2015, e analisar as ações implementadas pela gestão estadual em atenção à promoção a Segurança Alimentar e Nutricional e do Direito Humano a Alimentação Adequada (DHAA)”.
Mas, em relação à análise das ações de SAN no Estado, o Consea deixou registrado que solicitou da Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social (Seades) o panorama das políticas estaduais para segurança alimentar que está sendo realizado em Alagoas, porém o governo não respondeu.
Também, que o governo não está presente no final da plenária para os encaminhamento de quem irá para o Encontro Nacional de SAN em Brasília. Esse fato inviabilizou a escolha dos representantes da sociedade civil para o Encontro, que avaliará as políticas em nível de Brasil implementadas nos dois últimos anos.
Elessandra Araújo
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
Uma outra economia é possível
O dia 15 de dezembro é o dia nacional de economia solidária. Uma economia voltada para cooperação, solidariedade, democracia, autogestão, comércio justo, respeito à natureza e o consumo solidário. Para celebrar esse dia, em Alagoas, no período de 14 a 16 de dezembro foi realizado o 1º Seminário Estadual e a Feira de Economia Popular Solidária. As agricultoras e os agricultores familiares e artesãs apresentaram a diversidade de produtos, comidas típicas, artesanatos e cultura. Esses atores sociais mostraram que podem produzir gerar trabalho e renda, mas que é preciso políticas públicas para fortalecer a inclusão social.
Participaram do seminário cerca de 200 pessoas de diferentes municípios do Estado como Atalaia, Coruripe, Marechal Deodoro, Maravilha, Maragogi, Maceió, Monteirópolis, Palmeira dos Índios, São José da Tapera, Mata Grande, Piranhas e outros municípios. No entanto, os representantes do poder público municipal e estadual não participaram.
Foram três dias de troca de saber com seminário e oficinas. “Esses momentos são importante para o fortalecimento dos empreendimentos de economia solidária, principalmente em Maceió. Porque a Secretaria do Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária do município junta grupos sem lógica nenhuma de economia solidária, e as pessoas são convidadas para vender, e não para aprender e trocar saberes. Não se trabalha os princípios da economia solidária”, disse a presidente da Federação dos Artesãos do Estado e coordenadora estadual do Fórum de Economia Solidária, Lindinalva Camargos.
Para o membro do Fórum de Economia Solidária, Edimir Francisco da Silva, (popular Neno) “O Estado de Alagoas deveria ter políticas públicas para o desenvolvimento sustentável, e a economia solidária é o eixo central. O Estado é responsável de pensar o desenvolvimento, a partir da lógica da economia solidária. Esse desenvolvimento seja através do fomento, da comercialização, da finança solidária. Mas, em Alagoas não tem uma política de economia solidária. Os projetos de economia que estão não existem uma preocupação com uma solidariedade. O Estado defende os grandes negócios e não os pequenos. Então é preciso fazer luta para que o Estado funcione e as politicas de economia solidária aconteçam. E uma das formas de lutas é a feira para dar visibilidade à economia solidária e realizar formação ”.
Ainda segundo Edimir Silva o Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), que deveria fomentar a economia solidária no Estado é um fundo político e não cumpre o objetivo para o qual foi criado.
Apesar da falta de política para o combate a pobreza, os grupos produtivos usam a criatividade e revelaram a diversidade e qualidade de alimentos da agroecologia e o artesanato. O evento aconteceu na Praça da Faculdade em Maceió- AL, próximo à feira de agricultores (as) do MST, que também comercializavam a diversidade de produtos agrícola.
O encontro de economia solidária foi organizado pelo Fórum Cáritas de Alagoas, a Cáritas Regional Nordeste 2 com o apoio do Fórum Estadual de Economia Solidária, através do Projeto do Fundo Nacional de Solidariedade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Elessandra Araújo
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Compartilhando o saber
O 4º seminário de Convivência com o Semiárido realizado no Centro Xingó trouxe discussões sobre as mudanças climáticas, a diminuição e degradação dos recursos naturais no país e no planeta Terra, os avanços e retrocessos nas políticas publicas. Nesse contexto foram apresentadas também experiências exitosas de recuperação da caatinga, trabalho de educação ambiental contextualizado, práticas agroecológica, as tecnologias sociais para captação de água de chuva e as ações desenvolvidas pela agricultura familiar para convivência com o Semiárido, entre outras temáticas.
Foram dois dias em que professores, pesquisadores de renome nacional e internacional, representantes da Articulação Semiárido (ASA) e outras entidades não governamentais, agricultores e agricultoras, apicultoras (es), estudantes, técnicos, representantes do poder público, trocaram informações para melhor convivência no Semiárido e em outras regiões, pois o evento contou com a participação de pessoas de diversos Estados e de outros países.
Na abertura do seminário um dos participantes da mesa, professor Cícero Alexandre do Centro de Ciências Agrárias (CECA) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) disse que a universidade tem muito a contribuir com os municípios do sertão. Ele destacou três problemas que merecem atenção no Semiárido alagoano: o controle do bicudo nas palmas, a irrigação nas áreas do canal do sertão, que se não tiver acompanhamento técnico pode salinizar o solo, e os poços escavados pelo Estado, que não tem acompanhamento e podem aumentar a salinidade do solo.
“Em relação ao bicudo já temos pesquisas com feromônios para fazer o controle biológico do bicudo. Quanto ao canal do sertão, tem mais de 100km onde está levando a água, e não está sendo usada, porque não existe uma politica de governo para autorização, e o agricultor não tem laboratório para fazer análise do solo. Ao longo do canal tem três tipos de solos, se não for feito a análise para ver o tipo de irrigação adequado, os solos poderão ficar mais salinizados. E em Alagoas só tem três laboratórios em funcionamento”, disse o professor Cícero Alexandre.
Ainda segundo o professor “outro fator é a perfuração de poços em lugares que não tem água, porque não existe uma politica de colocar água no solo. Tem poços que encontra 2 ou 3 mil litros de água por hora e outros poços não tem água. Então perfuram os poços e deixam pra lá. Não existe manutenção e o resíduo é pior que água salobra. Em dois anos o sistema estará comprometido e o solo salinizado”.
O Secretário de agricultura do Estado, Antônio Santiago, disse que não iria se manifestar em relação à escavação dos poços, mas que iria informar ao secretário de Recursos Hídricos. Já em relação ao canal do sertão falou que existe o projeto para iniciar com 200 famílias que moram nos primeiros 60 km do canal, e que existe um estudo para saber as manchas de solos em que irão atuar.
No Seminário realizado nos dias 6 e 7 de dezembro, as pesquisas e os projetos apresentado, mostram que é possível combater a pobreza, erradicar a fome, conservar os recursos naturais e produzir alimentos com sustentabilidade. Porém, são fundamentais as políticas públicas com integração, planejamento e cooperação junto à sociedade.
No entanto, as políticas públicas no Brasil vive o momento de retrocesso com a negação de direitos, e não existe no Estado uma politica estruturante com planejamento de curto, médio e longo prazo para fortalecer a convivência no Semiárido.
O Centro Xingó
Desde o ano de 2014 que o Centro Xingó realiza o Seminário e o Curso de Convivência com o Semiárido. Porém, devido aos cortes nos Projetos e apoio as pesquisa de tecnologias sociais, o Centro vive um dos piores momentos para manter o funcionamento de suas atividades. Nesse ano de 2017 não foi possível realizar o curso por falta de apoio financeiro. Desejamos que em 2018 seja possível realizar o Seminário e o curso.
O poder público nas três esferas de governo e as instituições privadas precisam dá maior atenção e contribuição para o Centro. E a sociedade precisa conhecer e participar mais do Centro Xingó. Um espaço de formação e de experimento com tecnologias sociais, que tem o propósito de contribuir no processo de convivência com o Semiárido.
Elessandra Araújo
quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
O encontro de fortalecimento da agricultura familiar
O diálogo sobre políticas de convivência ganhou força no Encontro Estadual da Articulação Semiárido (ASA) Alagoas (EneASA). Agora o grande desafio será sensibilizar o poder público a escutar a voz dos participantes do 16º EneASA, para promoverem as políticas que garantam a inclusão social no Semiárido, a conservação da caatinga, o combate a desertificação e a violência contra a mulher, que cresce no estado de Alagoas.
No EneASA houve o diálogo sobre as consequências negativas da diminuição drástica de recursos nos Programa que fortalecem a agricultura familiar, a exemplo, o PAA (Programa de Aquisição de Alimento), o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), os Programas de convivência da ASA e a fragilidade ou ausência da assistência técnica e extensão rural no Estado. Também, foi discutida a contaminação dos alimentos por agrotóxico produzido pelo agronegócio, a degradação do rio São Francisco e o feminismo.
Foram três dias de formação com um olhar para os projetos dos que acreditam que a “seca se combate” e outro olhar para as ações da ASA que promovem a convivência com o clima e o solo da região. Ações que possibilitam a autonomia das famílias, a segurança hídrica, alimentar e a conservação das sementes da resistência, patrimônio vivo dos agricultores e agricultoras familiares.
No contexto da convivência foram apresentadas as experiências exitosas da agroecologia desenvolvidos por agricultores e agricultoras. Nesse espaço de construção do conhecimento e troca de saber, foram socializados os pequenos meios de comunicação produzidos pela ASA e comercializado os produtos de qualidade da agricultura familiar.
Segundo Ângela do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Pescadoras (MMTRP-AL) “o Eneasa para as mulheres trabalhadoras rurais deu uma abertura significativa que faltava na ASA, devido o reconhecimento de trazer temas específicos para a mulher, como a divisão justa do trabalho. As mulheres tiveram oportunidade de discutirem temas transversais específicos para mulheres. Nós mulheres do Semiárido alagoano nos sentimos valorizadas no EneASA com empoderamento de levantar nossa própria bandeira, e defender nossa causa em debates abertos junto aos companheiros, amigos e filhos com apoio e tranquilidade”.
Para Eliana Sales Maciel do MPA “no encontro os palestrantes discutiram assuntos do Semiárido e dialogaram sobre o feminismo. Isso fortalece a mulher para se empoderar mais, e mostrar ao mundo que os direitos são iguais. Direitos que são excluídos dentro da sociedade, onde se fortalece a violência contra a mulher, e em Alagoas a situação é gritante”.
No diálogo sobre a convivência representantes do Laboratório de Análise de Processamento de Imagens de Satélite (LAPIS) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) falou sobre a desertificação no Estado, e fizeram uma demonstração de como o veículo aéreo não tripulado (Drone), contribuirá na identificação das áreas degradadas no Semiárido.
“O encontro foi de extrema importância para o compartilhamento de informações e experiências. O homem do campo não tem esse contato com a academia. Então a academia indo ao homem do campo e falar o que tem a oferecer, explicar tudo que ele tem de experiência empírica existe um fundamento acadêmico teórico. Isso é de extrema importância para as pessoas que já tem esse conhecimento natural. É importante que a Ciência contribua de forma mais efetiva na vida do homem camponês. Porque tem muitas coisas que acontecem e às vezes eles ficam procurando explicação. A academia pode ser um ponto de partida para começar a ter esse entendimento do que estar acontecendo”, disse Leandro Rodrigo Macedo da Silva, pesquisador do LAPIS.
O EneASa aconteceu nos dias 30 de novembro a 2 de dezembro de 2017, no Centro Bíblico em Santana do Ipanema-AL, participaram do encontro agricultores, agricultoras, técnicos, professores e pesquisadores, estudantes da UFAL do Campus Sertão e Maceió, da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e Instituto Federal de Alagoas (IFAL) campus Santana do Ipanema-AL, membros da coordenação da ASA, comunicadores e educadores populares. Juntos fizeram encaminhamentos para fortalecer a convivência no Semiárido alagoano.
Elessandra Aaújo
terça-feira, 28 de novembro de 2017
Semiárido Alagoano realiza encontro de convivência
A Articulação Semiárido Alagoano (ASA) realizará o 16º Encontro Estadual (ENEASA) com agricultores, agricultoras, técnicos e convidados da região do Alto e Médio Sertão, Agreste, Bacia Leiteira e de outras regiões do Estado e de Sergipe. O ENEASA destaca a temática: “Do combate à seca a Convivência com o Semiárido: ASA Alagoas e a mudança de paradigma”. O Encontro ocorrerá nos dias 30 de novembro a 2 de dezembro de 2017, no Centro Bíblico em Santana do Ipanema-AL.
Na conjuntura em que vive o país com perdas de direitos da sociedade trabalhadora e com cortes drásticos nas políticas públicas para agricultura familiar, a ASA enfrenta um grande desafio de lutar pela Convivência no Semiárido. A exemplo, da caatinga o povo resiste, e nesse encontro será discutido questões relacionadas ao avanço da desertificação no Semiárido alagoano, as mudanças climáticas e as ações de convivência na região.
Também será celebrada a conquista da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) através do Programa de Cisternas, que foi reconhecido como a segunda iniciativa mais importante do mundo no combate à desertificação. O reconhecimento vem do Prêmio Política para o Futuro 2017 na 13º Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas (UNCCD), que aconteceu em Ordos, na China de 6 a 16 de setembro de 2017.
Assim, o Encontro que é realizado a cada ano, com o objetivo de avaliar as ações da ASA, compartilhar saberes e sabores traz em sua programação as temáticas para reflexão e as ações de convivência.
Elessandra Araújo
Elessandra Araújo
sábado, 25 de novembro de 2017
Um novo olhar sobre a caatinga
Pesquisadores de renome nacional e internacional apresentaram estudos que mostram o cenário das vulnerabilidades climáticas, ecológica, os impactos e as potencialidades da caatinga, no 1º Seminário Conservação da Caatinga Frente às Secas, à Desertificação e às Mudanças Climáticas, realizado no auditório do Laboratório de Computação Científica e Visual (LCCV) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), nos dias 13 e 14 de novembro de 2017.
“O resultado de cada um dos quatro temas principais do evento irão contribuir com propostas para a consolidação de um modelo de pesquisa interdisciplinar/transdisciplinar para mitigação dos impactos das mudanças climáticas, da seca e combater o avanço do desmatamento e da desertificação na caatinga”, disse os organizadores do seminário.
Participaram do seminário estudantes de graduação e pós-graduação, professores, representantes da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e técnicos.
O evento foi organizado pelos integrantes do Laboratório de Análise de Processamento de Imagens de Satélite (LAPIS) da UFAL, coordenado pelo professor Humberto Barbosa. No LAPIS o grupo desenvolve pesquisa em parceria com o Instituto Nacional do Semiárido (Insa), com o objetivo de verificar o potencial máximo de vegetação para identificar ou quantificar as áreas degradadas no Semiárido Brasileiro.
Segundo Humberto Barbosa além do seminário outras ações serão promovidas pelo LAPIS para a conservação da caatinga.
Elessandra Araújo
quinta-feira, 9 de novembro de 2017
Rede Semiárido
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
Pesquisa fortalecerá a implementação de barragem subterrânea
terça-feira, 24 de outubro de 2017
Cdecma presente na comunidade Açude
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
Mulheres que produzem
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
Catingueiros em defesa da caatinga
No 3º Encontro dos catingueiros os participantes trocaram experiências sobre as potencialidades das plantas da caatinga, as estratégias para proteger o bioma e conservar os recursos naturais. Eles avaliaram o avanço do processo de desertificação no Semiárido alagoano e informaram que nos últimos cinco meses conseguiram plantar em suas propriedades 2.500 mudas de espécies nativas como leucena, aroeira, gliricídia, ubaia, umbuzeiro, cunhã, cedro, pereiro, araça, coco babaçu, craibeira, cactos, além do plantio de frutíferas.
Os catingueiros e as catingueiras residem na região do Agreste, Bacia Leiteira, Alto e Médio Sertão de Alagoas e os convidados da Microrregião da Mata Alagoana. Em suas áreas de atuação estão desenvolvendo e informando sobre práticas sustentáveis de conservação do uso do solo.
O agricultor Sebastião Damasceno, residente no Sítio Cabaceiro em Santana do Ipanema-AL, local onde foi realizado o encontro, no dia 7 de outubro disse: “Esse encontro tem um conteúdo muito importante devido o valor medicinal e a importância que a caatinga tem. Pensamos nas formas práticas de conviver com a natureza para que tenhamos uma vida mais saudável, águas mais sadia e nosso planeta mais sadio. Devemos multiplicar e ter um fermento de continuidade de ações nas nossas propriedades rurais, que ainda resta um pouquinho da caatinga e da biodiversidade”.
De acordo com Marcos Gomes do departamento de Meio Ambiente de Inhapi-AL “o encontro é essencial para sustentabilidade da agricultura familiar. A situação atual de desertificação e destruição dos recursos naturais é gritante. Em 70% dos municípios os solos estão erodidos sem matéria orgânica, sem fertilidade. Não se pode pensar agricultura sem solos férteis. O encontro dos catingueiros vai ao encontro do desenvolvimento sustentável da região. E precisamos da caatinga recuperada em forma de agroflorestal, para que essa fertilidade volte. Sem a conservação do solo, da vegetação, dos animais nós não conseguiremos sustentabilizar a agricultura familiar na região”.
O grupo fez roda de conversa e passeio no meio da caatinga. No processo de construção do conhecimento resgatou os encaminhamentos realizados no 1º e 2º Encontro, com análise para os avanços e novos encaminhamentos.
A agricultora Cícera Maria da Silva (popular Leda) da comunidade Retiro em Inhapi-AL falou: “Nesse encontro a gente resgata um pouco da nossa cultura do bioma caatinga. É importante trazer as outras companheiras para que elas se identifiquem mais com o bioma, porque ainda existe a historia de roçar o mato e queimar. Por isso é importante trazer mais companheiras e jovens para defender a caatinga”.
Os 26 participantes do encontro estão envolvidos nas práticas de conservação do ecossistema e preocupados com a saúde da população e a desertificação. A desertificação é fortalecida com o uso do agrotóxico, as queimadas, pouca cobertura vegetal, falta de manejo da caatinga.
“Esse encontro me traz esperança de que o Nordeste sobreviva, porque do jeito que a coisa estar daqui a uns trinta ou quarenta anos não vai ter mais sobrevivente nesse lugar. A caatinga é a subsistência do nosso sertão, sem isso não somos ninguém. Espero que cada pessoa saia com compromisso para mudar, lutar, buscar direitos nacional, internacional e gritar para o mundo o que está acontecendo no nosso sertão”, esclareceu o agricultor Jose Manoel do Assentamento Lameirão em Delmiro Gouveia - AL.
A dependência dos catingueiros (as) da caatinga faz com que eles promovam mudança de hábitos e costumes para a convivência no Semiárido, e planejem o 4º Encontro.
Elessandra Araújo
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Pela vida do Velho Chico
Integrantes da Articulação do Baixo São Francisco celebraram o dia de São Francisco e chamaram a atenção da população para a situação de degradação do Velho Chico. Em Propriá-SE a população ribeirinha fez caminhada nas ruas da cidade em louvor a São Francisco de Assis e em defesa do rio, que no dia 04 de outubro completou 516 anos de descoberta.
Na cidade de Penedo os pescadores e representantes de movimentos sociais realizaram um ATO com apresentações pela vida do rio São Francisco. A representante da ONG Movimento Ecológico Filhos do velho Chico - O Pirá, Benalva dos Santos Lima, destacou alguns impactos negativos na vida do rio e da população: “O rio está muito assoreado e a água está ficando salina em boa parte das cidades de Piaçabuçu, de Brejo Grande e parte da Ilha das Flores. Os pescadores já não vivem da pesca e o peixe está escasso. Estão pescando siri na região. Também as lanchas e balsas estão com dificuldade na navegação. Alguns pescadores não recebem o seguro defeso de 2016 e não estão sendo confeccionadas novas carteiras para pescadores”.
Para Divaneide Souza da Articulação do Baixo São Francisco o impacto no rio é devastador e implica na vida da população “Com a diminuição do volume de água do rio, a sobrevivência dos ribeirinhos que vivem da pesca se torna impossível”, disse.
Já o missionário do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Zennus Dinys Feitosa dos Santos apontou outros impactos relacionados ao Velho Chico e a população indígena, a exemplo a obra do canal do sertão, que traz problemas socioambientais. “As comunidades indígenas sofrem impactos de forma direta, porque vivem próximo ao canal e as terras não foram demarcadas. E o rio também, com a obra do canal que é usada por políticos na indústria da seca. O canal é usado por pessoas para irrigação e sem acompanhamento técnico, causando salinização do solo que é muito pobre”.
Diante de tanta degradação causada ao Velho Chico e a população, as manifestações continuam. No próximo dia 7 de outubro a Associação Olha o Chico junto com artistas de Piaçabuçu realizará nas margens do rio o Sarau, onde está previsto a realização de um documentário.
Elessandra Araújo
Fotos: Everaldo Fernandes e Benalva Lima
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Celebração da vida no meio da caatinga
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
Produção agroecológica no Semiárido alagoano
Assistência para produção Em parceria com o Instituto Federal (IFAL) Campus Santana do Ipanema, o Cdecma apoia bolsista para contribuir com o fortalecimento da produção do agricultor Francisco de Assis. Porém, a assistência técnica que compete o poder público realizar, deveria está presente na vida de todos os agricultores e agricultoras, mas o município não conta com a assistência técnica. Apesar de ser um direito garantido na Constituição Federal de 1988 e na Lei Agrícola de 1991, que determinam os serviços de ATER pública e gratuita para os pequenos agricultores, a Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) vem sendo sucateada nas três esferas de governos federal, estadual e municipal. E com o desmoronamento das politicas públicas, a agricultura familiar enfrenta os desafios para produzir alimento de qualidade, conquistar a soberania alimentar e viver no campo. Elessandra Araújo
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
No caminho dos desafios
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
Experiência agroecológica com sementes crioulas
Agricultoras e agricultores da região do Alto e Médio Sertão de Alagoas trocaram conhecimento na oficina de Colheita, realizada no dia 15 de setembro de 2017, na propriedade do agricultor Sebastião Damasceno, no Sítio Cabaceiro em Santana do Ipanema-AL. “Foi muito bom e interessante poder relembrar minha infância a partir das sementes, como as do feijão fogo na serra, lembro que meus pais plantavam essa semente e deixaram se perder, mas hoje tive a oportunidade de resgatá-las para meu banco particular”, disse o agricultor Manoel Martins da silva.
Na oficina de troca de experiência da agroecologia para convivência do Semiárido, os participantes conversaram sobre o aproveitamento da lavoura, a seleção e armazenamento das sementes. “Eu já sabia fazer a seleção das minhas sementes, mas aprendi a tirar das boas as melhores, fazendo a separação dos grãos das sementes e ainda aprendendo a melhor forma de armazená-las”, destacou Manoel Martins.
O momento de partilha do conhecimento sobre as sementes crioulas foi organizado através do Programa de Manejo da Agrobiodiversidade Sementes do Semiárido (PMAIS) da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), executado pela Cooperativa dos Bancos Comunitários de Sementes (Coppabacs), da Articulação Semiárido Alagoano (ASA Alagoas) .
Isrraela Rodrigues Alves
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
Os bons resultados da chuva
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
Como é grande a misericórdia de Deus.
No período de 2012 até as duas primeiras semanas do mês de abril de 2017 vi o sofrimento da agricultora e do agricultor para continuar no campo, devido à seca. Vi as barragens e os rios temporários secos. Vi o sofrimento dos animais pelas dificuldades das famílias para conseguirem água e alimento. Mas, a misericórdia de Deus é muito grande e a chuva trouxe o verde para o sertão. Por isso, podemos dizer é no Semiárido que a vida pulsa! É no Semiárido que o povo resiste!
Também podemos dizer: Deus é amor. Vejam o verde da paisagem da serra Caiçara em Maravilha. ´Esse verde está presente em outras áreas do sertão alagoano.
Elessandra Araújo
sexta-feira, 8 de setembro de 2017
União na colheita de sementes da resistência
Agricultores no processo de bater o feijão
Foto: Isrraela Rodrigues Alves
As famílias da roça comunitária plantaram 35 kg de sementes crioulas (sementes da resistência) de feijão laje e colheram 690 quilos de feijão. As sementes serão armazenadas no Banco Comunitário de Sementes (BCS) do Sítio Açude em Maravilha/AL. “No Banco não tinha mais sementes, agora, a gente vai armazenar toda semente no Banco Comunitário, e no próximo ano as famílias tem sementes crioulas garantidas para o plantio”, disse um dos sócios do BCS, Reinaldo Barbosa Lemos.
Em 2012 no BCS as famílias de agricultores armazenavam cerca de 800 kg de sementes crioulas, mas ao longo dos últimos cinco anos, devido à estiagem prolongada houve perda das sementes. A estratégia dos associados do BCS foi unir forças e cultivar a roça comunitária, por isso, aproveitaram o período chuvoso, e no dia 30 de maio semearam as sementes da resistência. O resultado do esforço conjunto foi colhido no último dia 16 de agosto.
Após a colheita as vinte famílias trabalharam no processo de secagem. E no dia 03 de setembro foram para etapa de bater o feijão. “Agora vamos esperar o dia de sol para deixar as sementes secas e depois armazenar nas bombonas que conseguimos do Programa PMAIS da ASA”, ressaltou Reinaldo Barbosa Lemos.
A divisão dos trabalhos para o cultivo coletivo é uma experiência nova na comunidade “Foi à primeira vez que a gente fez uma roça comunitária, e um foi ajudando o outro, desde o plantio até chegar o processo de bater o feijão, mas ainda temos outros trabalhos e a gente vai continuar. Se agente não fizesse o trabalho em grupo não conseguiria as sementes crioulas para o Banco. E a gente aprendeu a trabalhar em grupo com as capacitações realizadas pelo pessoal dos Programas da ASA”, falou a agricultora Maria José Rodrigues Alves, 58 anos.
Além do processo de formação para convivência no Semiárido, as famílias conquistaram estrutura para fortalecer o Banco Comunitário de Sementes Crioulas, através do Programa de Manejo da Agrobiodiversidade Sementes do Semiárido (PMAIS), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), e executado pela Cooperativa dos Bancos Comunitários de Sementes (Coppabacs) da (ASA Alagoas).
Banco Comunitário de Semente
Fotos: Isrraela Rodrigues Alves
O Banco de sementes crioulas armazena vida, que é considerada um patrimônio cultural da agricultura familiar. Essas sementes foram passadas de geração em geração e são adaptadas ao clima e ao solo do Semiárido. “A semente é boa e a gente só fez plantar e não precisou de agrotóxico. Amadureceu toda de uma vez e secou toda por igual”, destacou a agricultora Maria José Rodrigues Alves.
As sementes crioulas tem qualidade natural, não são geneticamente modificadas em laboratório e não corre o risco de contaminar a saúde humana e animal. Além do mais não existe o risco de pagamento de royalties pelo seu uso, porque não são patenteadas como as transgênicas, e existem agricultores (as) que trocam sementes e doam, em uma prática solidária.
Mas, muitas sementes crioulas foram perdidas, e outras contaminadas com sementes transgênicas, que são comercializadas e distribuídas para os agricultores e agricultoras, inclusive pelo Estado.
Um dos grandes desafios da agricultura familiar no Semiárido alagoano é proteger a semente crioula, uma vez que as politicas de governos contribuem para fortalecer o agronegócio e desmontar a agricultura familiar. Principalmente quando a LEI 6.903 de 03 de janeiro de 2008, sobre a criação do Programa Estadual de Bancos Comunitários de Sementes não foi regulamentada.
Elessandra Araújo
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
Limites da política de compra e distribuição de sementes em Alagoas
Fonte: ASA, 2017.
Organização dos dados e elaboração do mapa: OBELUTTE/GEPAR, 2017.
A experiência dos BCS em Alagoas permitiu a construção da luta por uma lei de âmbito estadual que regulamentasse o apoio aos mesmos. Em 2008, após anos de pressão, os camponeses comemoraram a aprovação da Lei Estadual 6.903, que se transformou no primeiro instrumento jurídico do Estado.
Essa lei permite a alocação de recursos públicos no orçamento do Estado, para o fortalecimento dos BCS e a compra de suas sementes crioulas para distribuição a outros camponeses.
Entretanto, o governo de Alagoas tem ignorado a referida lei, preferindo comprar as sementes convencionais (não-crioulas), de empresas ligadas ao agronegócio, para a distribuição à agricultura familiar.
Decorridos nove anos desde a aprovação da Lei 6903/2008 nenhum centavo foi destinado para a compra de sementes crioulas, no entanto, foram destinados quase R$ 80 milhões de reais para a compra de sementes convencionais, conforme se pode observar no gráfico:
Fonte: ASA, 2017.
Organização dos dados e elaboração do mapa: OBELUTTE/GEPAR, 2017.
O gráfico acima demonstra que os gastos com a aquisição de sementes convencionais aumentou desde 2008, ultrapassando a marca de 12 milhões em 2016. Vale destacar que parte expressiva desses valores (mais de 80%) foi destinada a uma única empresa.
A compra dessas sementes convencionais, além de onerar os cofres públicos, mantém o “clientelismo” e o “assistencialismo” no Semiárido de Alagoas, e limita a diversidade de sementes disponíveis.
Diante desse quadro, é fundamental que as organizações de base camponesa pressionem o governo do Estado para a regulamentação da Lei 6903/2008 e para a alocação de recursos públicos no orçamento estadual, para fortalecimento dos BCS e aquisição de sementes crioulas.
Prof. Lucas Gama Lima
Membro do OBELUTTE/GEPAR
Campus do Sertão/UFAL
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