quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Produção agroecológica no Semiárido alagoano

Com muito esforço e dedicação o agricultor Francisco de Assis, popular (preguinho) mantém na área de roçado a criação de ovelhas, de aves, apiários e o cultivo de hortaliças. Ele diversifica a produção agroecológica e consegue trazer para sociedade alimentos de qualidade, a exemplo, alface, couve, rúcula, tomate cereja, coentro, cebolinha, ovos de galinha caipira, mel, batata-doce. Além, de conservar espécies de plantas nativas da caatinga, o plantio de capim, de milho, frutíferas e ervas medicinal.
“Aqui nada se perde, porque uma produção ajuda a outra. E aí, eu tenho alimento e protejo a natureza. Quando comecei a atividade com as abelhas eu tive mais informações de como produzir, passei a cuidar da natureza. A plantar mais árvores, a não queimar, não desmatar e não usar agrotóxico. E isso é bom para todo planeta. Então eu cuido dessa roça com muito amor, porque adoro ser agricultor”, disse Francisco de Assis.
Há dezesseis anos que o agricultor produz na propriedade, localizada na comunidade Olho D´água do Negro em Maravilha-AL, mas segundo ele foi através dos cursos e intercâmbios realizados através dos Programas da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), desenvolvidos pelas entidades que integram a ASA Alagoas, e a participação na Associação dos Apicultores (Apimar), que conseguiu fortalecer a produção.
“O agricultor precisa de políticas publicas para conseguir produzir. A gente precisa de formação, assistência técnica e de reservatório para armazenar a água no período de chuva, porque no período de estiagem fica difícil produzir. Se não fosse a cisterna calçadão de 52 mil litros, não conseguiria manter a produção até agora”, avaliou Francisco.
São as políticas de convivência com o Semiárido que garante a autonomia do agricultor, a segurança alimentar, nutricional e hídrica. Essas políticas são defendidas pela ASA. E o agricultor Francisco de Assis é um exemplo, de que é possível produzir com sustentabilidade no Semiárido alagoano, quando a agricultura é valorizada e conquista meios para produzir.
Assistência para produção
Em parceria com o Instituto Federal (IFAL) Campus Santana do Ipanema, o Cdecma apoia bolsista para contribuir com o fortalecimento da produção do agricultor Francisco de Assis. Porém, a assistência técnica que compete o poder público realizar, deveria está presente na vida de todos os agricultores e agricultoras, mas o município não conta com a assistência técnica.
Apesar de ser um direito garantido na Constituição Federal de 1988 e na Lei Agrícola de 1991, que determinam os serviços de ATER pública e gratuita para os pequenos agricultores, a Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) vem sendo sucateada nas três esferas de governos federal, estadual e municipal. E com o desmoronamento das politicas públicas, a agricultura familiar enfrenta os desafios para produzir alimento de qualidade, conquistar a soberania alimentar e viver no campo.
Elessandra Araújo

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