quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Mulheres que produzem

As mulheres da Natucapri que acreditam na produção de qualidade e na inclusão social continuam produzindo sabonetes em barra, em líquido e hidratante. Elas fazem cosméticos artesanais à base de leite de cabra, que são medicinais e aromáticos. Os sabonetes de aroeira, juá, babosa, capim limão, camomila, maracujá, erva doce, canela, aveia e mel, entre outros, são de tamanhos e formatos diferentes. “Eu sou agricultora e divido o meu tempo na roça, em casa e na Natucapri. A Natucapri trouxe novas oportunidades, aprendizagem e autonomia, por isso considero a Natucapri uma esccola de vida”, disse Maria José dos Santos.
Desde 2006 que um grupo de mulheres, filhas de agricultores, iniciou a produção de sabonetes a base de leite de cabra na cidade de Maravilha-AL. Ao longo dos anos foram diversificando a fragrância e o formato. Os produtos já foram vendidos em feiras realizadas em municípios de Alagoas, Pernambuco, Bahia, Brasília, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e enviado sobre encomendas para São Paulo.
Os sabonetes são bem aceitos e de qualidade, porém a produção e o número de mulheres que integram a Natucapri diminuíram, devido às dificuldades em expandir os produtos, uma vez que elas não conseguiram a regularização junto a ANVISA. “Uma das nossas maiores dificuldades é não dispor do registro da ANVISA, isso impede nossa participação em grandes feiras, em gerar renda para manter as despesas de quem trabalha, e comprar matéria prima para produzir, pois a matéria prima é cara”, disse Ana Patrícia Silva Alves.
No período de 2006 a 2015 as mulheres da Natucapri contaram com a consultoria técnica para capacitações e vendas, além da orientação do químico. Nessa consultoria existia a expectativa de obter o registro, mas até o momento elas não têm nenhuma informação da empresa responsável em apoiar a regularização.
“Em 2013 tivemos que pagar o valor de R$ 5 mil dividido em cinco parcelas para ajudar na consultoria. O pessoal que representava a empresa disse que a obtenção do selo da ANVISA seria um dos serviços, mas até agora não conseguimos nada. Só não fechamos a Natucapri, porque amamos esse trabalho, mas não dar para ganhar dinheiro nem para pagar as despesas e comprar matéria prima. Isso dificulta a permanência das mulheres para continuarem produzindo”, destacou Ana Patrícia Silva Alves.
Uma das pioneiras da Natucapri, Maria José, ressaltou: “as capacitações que recebemos da empresa nos ajudou em muita coisa, mas em relação ao selo não sabemos nem por onde começar para conseguir, e não temos nenhuma informação”.
A Natucapri poderia ser o espaço de aprendizagem, produção e inclusão social para envolver jovens filhas de agricultores, mas é necessário apoio técnico para o fortalecimento do empreendimento. O município apoia o grupo com o aluguel do espaço, a energia e a água, porém essas mulheres precisam também, de apoio técnico para obtenção do registro e a comercialização.
Elessandra Araújo

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