Assistência para produção Em parceria com o Instituto Federal (IFAL) Campus Santana do Ipanema, o Cdecma apoia bolsista para contribuir com o fortalecimento da produção do agricultor Francisco de Assis. Porém, a assistência técnica que compete o poder público realizar, deveria está presente na vida de todos os agricultores e agricultoras, mas o município não conta com a assistência técnica. Apesar de ser um direito garantido na Constituição Federal de 1988 e na Lei Agrícola de 1991, que determinam os serviços de ATER pública e gratuita para os pequenos agricultores, a Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) vem sendo sucateada nas três esferas de governos federal, estadual e municipal. E com o desmoronamento das politicas públicas, a agricultura familiar enfrenta os desafios para produzir alimento de qualidade, conquistar a soberania alimentar e viver no campo. Elessandra Araújo
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
Produção agroecológica no Semiárido alagoano
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
No caminho dos desafios
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
Experiência agroecológica com sementes crioulas
Agricultoras e agricultores da região do Alto e Médio Sertão de Alagoas trocaram conhecimento na oficina de Colheita, realizada no dia 15 de setembro de 2017, na propriedade do agricultor Sebastião Damasceno, no Sítio Cabaceiro em Santana do Ipanema-AL. “Foi muito bom e interessante poder relembrar minha infância a partir das sementes, como as do feijão fogo na serra, lembro que meus pais plantavam essa semente e deixaram se perder, mas hoje tive a oportunidade de resgatá-las para meu banco particular”, disse o agricultor Manoel Martins da silva.
Na oficina de troca de experiência da agroecologia para convivência do Semiárido, os participantes conversaram sobre o aproveitamento da lavoura, a seleção e armazenamento das sementes. “Eu já sabia fazer a seleção das minhas sementes, mas aprendi a tirar das boas as melhores, fazendo a separação dos grãos das sementes e ainda aprendendo a melhor forma de armazená-las”, destacou Manoel Martins.
O momento de partilha do conhecimento sobre as sementes crioulas foi organizado através do Programa de Manejo da Agrobiodiversidade Sementes do Semiárido (PMAIS) da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), executado pela Cooperativa dos Bancos Comunitários de Sementes (Coppabacs), da Articulação Semiárido Alagoano (ASA Alagoas) .
Isrraela Rodrigues Alves
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
Os bons resultados da chuva
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
Como é grande a misericórdia de Deus.
No período de 2012 até as duas primeiras semanas do mês de abril de 2017 vi o sofrimento da agricultora e do agricultor para continuar no campo, devido à seca. Vi as barragens e os rios temporários secos. Vi o sofrimento dos animais pelas dificuldades das famílias para conseguirem água e alimento. Mas, a misericórdia de Deus é muito grande e a chuva trouxe o verde para o sertão. Por isso, podemos dizer é no Semiárido que a vida pulsa! É no Semiárido que o povo resiste!
Também podemos dizer: Deus é amor. Vejam o verde da paisagem da serra Caiçara em Maravilha. ´Esse verde está presente em outras áreas do sertão alagoano.
Elessandra Araújo
sexta-feira, 8 de setembro de 2017
União na colheita de sementes da resistência
Agricultores no processo de bater o feijão
Foto: Isrraela Rodrigues Alves
As famílias da roça comunitária plantaram 35 kg de sementes crioulas (sementes da resistência) de feijão laje e colheram 690 quilos de feijão. As sementes serão armazenadas no Banco Comunitário de Sementes (BCS) do Sítio Açude em Maravilha/AL. “No Banco não tinha mais sementes, agora, a gente vai armazenar toda semente no Banco Comunitário, e no próximo ano as famílias tem sementes crioulas garantidas para o plantio”, disse um dos sócios do BCS, Reinaldo Barbosa Lemos.
Em 2012 no BCS as famílias de agricultores armazenavam cerca de 800 kg de sementes crioulas, mas ao longo dos últimos cinco anos, devido à estiagem prolongada houve perda das sementes. A estratégia dos associados do BCS foi unir forças e cultivar a roça comunitária, por isso, aproveitaram o período chuvoso, e no dia 30 de maio semearam as sementes da resistência. O resultado do esforço conjunto foi colhido no último dia 16 de agosto.
Após a colheita as vinte famílias trabalharam no processo de secagem. E no dia 03 de setembro foram para etapa de bater o feijão. “Agora vamos esperar o dia de sol para deixar as sementes secas e depois armazenar nas bombonas que conseguimos do Programa PMAIS da ASA”, ressaltou Reinaldo Barbosa Lemos.
A divisão dos trabalhos para o cultivo coletivo é uma experiência nova na comunidade “Foi à primeira vez que a gente fez uma roça comunitária, e um foi ajudando o outro, desde o plantio até chegar o processo de bater o feijão, mas ainda temos outros trabalhos e a gente vai continuar. Se agente não fizesse o trabalho em grupo não conseguiria as sementes crioulas para o Banco. E a gente aprendeu a trabalhar em grupo com as capacitações realizadas pelo pessoal dos Programas da ASA”, falou a agricultora Maria José Rodrigues Alves, 58 anos.
Além do processo de formação para convivência no Semiárido, as famílias conquistaram estrutura para fortalecer o Banco Comunitário de Sementes Crioulas, através do Programa de Manejo da Agrobiodiversidade Sementes do Semiárido (PMAIS), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), e executado pela Cooperativa dos Bancos Comunitários de Sementes (Coppabacs) da (ASA Alagoas).
Banco Comunitário de Semente
Fotos: Isrraela Rodrigues Alves
O Banco de sementes crioulas armazena vida, que é considerada um patrimônio cultural da agricultura familiar. Essas sementes foram passadas de geração em geração e são adaptadas ao clima e ao solo do Semiárido. “A semente é boa e a gente só fez plantar e não precisou de agrotóxico. Amadureceu toda de uma vez e secou toda por igual”, destacou a agricultora Maria José Rodrigues Alves.
As sementes crioulas tem qualidade natural, não são geneticamente modificadas em laboratório e não corre o risco de contaminar a saúde humana e animal. Além do mais não existe o risco de pagamento de royalties pelo seu uso, porque não são patenteadas como as transgênicas, e existem agricultores (as) que trocam sementes e doam, em uma prática solidária.
Mas, muitas sementes crioulas foram perdidas, e outras contaminadas com sementes transgênicas, que são comercializadas e distribuídas para os agricultores e agricultoras, inclusive pelo Estado.
Um dos grandes desafios da agricultura familiar no Semiárido alagoano é proteger a semente crioula, uma vez que as politicas de governos contribuem para fortalecer o agronegócio e desmontar a agricultura familiar. Principalmente quando a LEI 6.903 de 03 de janeiro de 2008, sobre a criação do Programa Estadual de Bancos Comunitários de Sementes não foi regulamentada.
Elessandra Araújo
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
Limites da política de compra e distribuição de sementes em Alagoas
Fonte: ASA, 2017.
Organização dos dados e elaboração do mapa: OBELUTTE/GEPAR, 2017.
A experiência dos BCS em Alagoas permitiu a construção da luta por uma lei de âmbito estadual que regulamentasse o apoio aos mesmos. Em 2008, após anos de pressão, os camponeses comemoraram a aprovação da Lei Estadual 6.903, que se transformou no primeiro instrumento jurídico do Estado.
Essa lei permite a alocação de recursos públicos no orçamento do Estado, para o fortalecimento dos BCS e a compra de suas sementes crioulas para distribuição a outros camponeses.
Entretanto, o governo de Alagoas tem ignorado a referida lei, preferindo comprar as sementes convencionais (não-crioulas), de empresas ligadas ao agronegócio, para a distribuição à agricultura familiar.
Decorridos nove anos desde a aprovação da Lei 6903/2008 nenhum centavo foi destinado para a compra de sementes crioulas, no entanto, foram destinados quase R$ 80 milhões de reais para a compra de sementes convencionais, conforme se pode observar no gráfico:
Fonte: ASA, 2017.
Organização dos dados e elaboração do mapa: OBELUTTE/GEPAR, 2017.
O gráfico acima demonstra que os gastos com a aquisição de sementes convencionais aumentou desde 2008, ultrapassando a marca de 12 milhões em 2016. Vale destacar que parte expressiva desses valores (mais de 80%) foi destinada a uma única empresa.
A compra dessas sementes convencionais, além de onerar os cofres públicos, mantém o “clientelismo” e o “assistencialismo” no Semiárido de Alagoas, e limita a diversidade de sementes disponíveis.
Diante desse quadro, é fundamental que as organizações de base camponesa pressionem o governo do Estado para a regulamentação da Lei 6903/2008 e para a alocação de recursos públicos no orçamento estadual, para fortalecimento dos BCS e aquisição de sementes crioulas.
Prof. Lucas Gama Lima
Membro do OBELUTTE/GEPAR
Campus do Sertão/UFAL
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