quarta-feira, 28 de março de 2018

Agricultura familiar apresenta produtos na reunião ampliada da ASA

Na reunião ampliada da Articulação Semiárido Alagoano (ASA/Alagoas) os agricultores, agricultoras, técnicos, comunicadores (as) populares e os integrantes da coordenação da rede ASA discutiram sobre as políticas públicas para convivência no Semiárido, destacaram a temática: Água é um direito, não uma mercadoria! Sementes que se plantam rumo ao IV Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), e realizaram a feira agroecológica da agricultura familiar.
Foram dois dias de troca de conhecimento sobre questões socioambiental, dentro da conjuntura em que vive o país e principalmente a agricultura familiar. O representante da ASA/Alagoas, Ronivom Nascimento disse “A gente precisa se conscientizar que o governo está tirando o pouco que temos e transferindo para o grande. Já foram cortados 95% dos recursos destinados para os programas sociais”.
Ele destacou também a situação do rio São Francisco que foi impactado com a obra de transposição e encontra-se agonizando. Além da reflexão sobre a situação do Velho Chico, outros participantes avaliaram o cenário das nascentes e rios no Estado.
“Na comunidade onde vivo os riachos não tem mata ciliar. Os terrenos são tudo descoberto. Mas, no meu terreno ainda deixo um pouco de vegetação perto de um riachinho, onde aparece muito camaleão. E só aparecem porque ainda tem vegetação”, disse o agricultor Marcos dos Santos, da comunidade Brasilinha em Ouro Branco-AL.
Em roda de conversa os participantes falaram da situação do campo e as estratégias de resiliência para viver no Semiárido. Também, foram feitos debates e trabalhos em grupo (GT) para avaliar e encaminhar estratégias de convivência relacionadas à comunicação popular, as sementes, a juventude, as mulheres, a produção e comercialização. Programas sociais
Os Programas desenvolvidos pela ASA Brasil têm contribuído para fortalecer a agricultura familiar e a produção de alimento. Segundo a agricultora familiar Vera Lúcia da comunidade Barro Branco em Inhapi: “antes de conquistar a cisterna para água de beber era uma vida muito difícil, porque não tinha um local para armazenar a água. A gente pegava água para beber em barreiros e a qualidade era péssima. Agora melhorou cem por cento com a cisterna, porque tenho água de beber e de produzir. A cisterna de 52 mil litros é boa para minha produção, porque consigo ganhar um dinheiro extra com o que produzo”.
O agricultor Marcos dos Santos da comunidade Brasilinha, também avaliou os benefícios que conquistou através dos programas sociais. “Antes da cisterna minha vida era dificultosa, porque a gente procurava água nas barragens e barreiros, e usava essa água para tudo. A água não era de boa qualidade e sempre nos causava problemas com doença, tipo diarreia. Hoje o quadro melhorou muito. A água da minha casa é de boa qualidade, dificilmente falta. Se faltar e a gente precisar comprar já têm onde armazenar. E agora com a segunda água tenho a capacidade de produzir algumas hortaliças para consumo”.
A reunião ampliada da ASA que tem o objetivo de discutir e traçar estratégias para convivência no Semiárido acontece a cada dois meses. A primeira reunião de 2018 ocorreu na Associação de Agricultores Alternativos (AAGRA), em Igaci-AL, nos dias 22 e 23 de março.
Eline Souza - Comunicadora Popular
UGT CDECMA

Nenhum comentário:

Postar um comentário