terça-feira, 25 de dezembro de 2018
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
Agricultores trocam experiências no intercâmbio do P1+2
Agricultores e agricultoras que conquistaram o P1+2 nos municípios de Ouro Branco-AL e Santana do Ipanema-AL conheceram experiências de outros agricultores (as) que produzem alimentos agroecológico na região do Semiárido alagoano. Em dois dias de visitas eles trocaram informações e partilharam alimentos com o propósito de construir conhecimento para fortalecer a produção e a convivência no Semiárido.
No intercâmbio intermunicipal as famílias conheceram os quintais produtivos, sistema de reaproveitamento de água, biodigestor, sistema agroflorestal e aprenderam técnicas para cuidar do solo com o uso de defensivos naturais, a compostagem, cobertura morta e rotação de culturas, entre outras informações relacionadas ao contexto onde vivem, apresentadas por técnicos do Cdecma e agricultores (as).
“É gratificante visitar as comunidade e conhecer experiências para produzir alimento de qualidade. É um aprendizado para o meu dia-a-dia. Eu vi muitas plantações de hortaliças, criação de galinha caipira. Vou levar esse conhecimento para minha casa e minha comunidade. Eu conquistei minha cisterna através do programa P1+2, agora quero desenvolver minha horta para consumir alimentos saudáveis com minha família”, disse a agricultora Adelma Gomes Silva, da comunidade Ligeiro em Ouro Branco AL
As famílias que conquistaram as cisternas calçadão, enxurrada e barreiro trincheira do P1+2, Programa de formação e mobilização para convivência no Semiárido, visitaram a experiência dos agricultores e agricultoras Maria Emilia da Conceição da comunidade Frade em Ouro Branco-AL, de Francisco de Assis (popular preguinho) e Alda Maria Pereira Xavier na comunidade São Luiz em Maravilha-AL e José Edésio (popular Dedé) na comunidade Bananeira em São José da Tapera-AL e Anderleia Alves Cavalcante Santos na comunidade Puxinanã em Santana do Ipanema-AL.
O Intercâmbio de experiências do Programa Uma Terra e Duas Águas( P1+2), ação da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi realizado pelo Cdecma.
Eline Souza – Comunicadora popular
UGT Cdecma
terça-feira, 27 de novembro de 2018
A vida no sertão
Moradores do sertão alagoano comemoram a volta da chuva depois de um período seco. Desde o dia de ontem (26) o clima mudou na região e a chuva fina traz esperança para agricultura familiar.
O dia está chuvoso e céu nublado em Maravilha-AL. “Para quem vive no sertão, não tem imagem mais bonita, nem dia mais esperado”, disse agricultora Alda Maria Pereira da comunidade São Luiz, Maravilha - AL
O ano de 2018 tem sido um ano muito difícil para agricultura familiar, devido à estiagem prolongada e a escassez de água. Tem famílias no campo que sofrem, porque não tem água para beber e nem condição de comprar água no valor de R$ 300 (trezentos reais) podendo chegar até R$ 380,00 (trezentos oitenta reais), dependendo da localidade.
Mas, com a chuva que cai, nasce à esperança de produzir alimento, armazenar água para o consumo da família, para os animais e de ver a mudança na paisagem que está seca.
Eline Souza – Comunicadora popular
UGT Cdecma
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
O espaço de produção e geração de renda
“A gente pra viver hoje tem que ter coragem de se desdobrar de todas as maneiras, se não a gente não vive. A gente tem que pensar e trabalhar muito para poder sobreviver nesse lugar, que está seco”, disse o agricultor José Adriano Cavalcante, 40, pai de 3 filhos. Junto com a esposa Anderleia Alves Cavalcante, 40, fez um pequeno barreiro e colocou lona para armazenar água. Com o reservatório, seguindo um planejamento e economia nos gastos da água, eles passaram a produzir as hortaliças, plantas medicinais, frutíferas e mantém a criação de galinhas.
É no quintal de casa na comunidade Puxinanã em Santana do Ipanema-AL, que o casal trabalha com alegria no cultivo da horta e frutíferas. “Começamos a plantar as verduras em quatro canteiros e depois fomos aumentando o plantio de couve, cebolinha, coentro, pimentão, pimenta, tomate cereja, maxixe e uva. O sonho da minha vida é ver muita verdura e frutas aqui. E quando a cisterna-calçadão for construída eu vou poder produzir mais, porque coragem de trabalhar a gente tem”, disse a agricultora.
Para a agricultora produzir no quintal de casa significa uma terapia. “No dia que não vou cedo para os canteiros fico estressada. Quando estou cuidando o tempo passa tão rápido que não dá para pensar em nada de problema”, ressaltou.
Anderleia Cavalcante continuou com entusiasmo e disse: “Tem tempo que a horta fica tão bonita que fico sem coragem de tirar para vender. E quando alguém me pergunta se tenho coragem de produzir, eu digo que é tudo que eu tenho. Porque tudo que a gente faz tem que ter amor. Eu trabalho com amor”.
A família conquistou através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a cisterna para produção, que tem capacidade para armazenar 52 mil litros de água. Eles participam do processo de formação e a cisterna será construída nesse mês de novembro.
Eline Souza/ Comunicadora popular Cdecma.
“Com esforço, dedicação e políticas a gente consegue produzir"
A diversidade produtiva para garantir o sustento da família com alimentos saudáveis, é produzida no quintal de casa, pelo casal de agricultores Claudemira Pereira dos Santos Freitas, 44, e Admilson Freitas, 47, pais de 5 filhos. Eles vivem na comunidade Camuxinga em Santana do Ipanema-AL.
No quintal, o casal mantém a criação de galinhas e cabras e cultivam o plantio de espécies nativas, ervas medicinais, frutíferas, capim e palma. Para fortalecer a produção, eles usamo esterco dos animais, defensivos naturais e a cobertura morta com folhas secas para manter a umidade da terra.
A agricultora disse ter orgulho de produzir alimentos, mas reconheceu a importância das políticas públicas para fortalecer a produção no quintal: “A conquista da cisterna e primeira água mudou nossa vida, depois veio o crediamigo e o bolsa-família que ajudou muito a dar um pulinho pra frente. Sabendo trabalhar e empregar as políticas públicas melhoraram o nosso desenvolvimento e ajuda a gente a viver no campo”, disse
Claudemira Pereira.
Escoando a produção
A família comercializa carne de frango, ovos de galinha caipira e hortaliças. A produção de ovos e frango de
postura é vendida para cooperativa Avicultores e Agricultores Familiares Sertão Alagoano, onde a agricultora é
associada.
A filha do casal, Claudia Santos Freitas destacou: “Sinto orgulho dos meus pais por produzirem sem agrotóxico.
Temos alimento saudável para consumir e o que sobra nós levamos para feirinha da agricultura familiar, que acontece
em Santana do Ipanema-AL em frente à EMATER”.
Eline Souza/ Comunicadora popular Cdecma.
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
Agricultor alagoano participa do intercâmbio internacional
Agricultor familiar Sebastião Rodrigues Damasceno, guardião da caatinga e sementes da resistência, que vive no Sítio Cabaceiro, localizado na comunidade Lages dos Barbosa I, em Santana do Ipanema-AL, viajou nessa segunda-feira (5), representando a ASA Alagoas para participar do intercâmbio internacional promovido pela ASA Brasil e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Junto com outros agricultores, agricultoras do Semiárido Brasileiro, e representantes da Associação Programa Um Milhão de Cisterna para o Semiárido (AP1MC) e da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) seguirão para Senegal na África. O intercâmbio ocorrerá no período de 5 a 13 de novembro de 2018.
O grupo formado por 18 pessoas, que representa o Brasil através da Articulação Semiárido Brasileiro foi convidado pela FAO para trocar experiência com a população rural do Senegal. A troca de saberes entre os agricultores e agricultoras tem o objetivo de contribuir para produção de alimento na região Africana e fortalecer a resiliência diante das dificuldades apresentadas com as mudanças climáticas e o avanço do processo de desertificação.
Eline Souza/ Comunicadora popular Cdecma.
sábado, 6 de outubro de 2018
Luta para produzir e luta para vender
Agricultores e agricultoras passam constrangimento e tem perdas na venda da produção de alimentos. Eles entregam hortaliças, frango e ovos de galinha caipira para alimentação escolar do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em Maravilha-AL. Mas faz duas semanas que a Secretaria de Educação não solicitou os produtos e eles fizeram o planejamento para realizar a entrega semanalmente. Como a Secretaria não fez o pedido, de acordo o combinado, o grupo disse que ficou sem entregar 116 bandejas de ovos, 112 kg de frangos e as hortaliças.
“O fato de não ter a entrega ficamos com grande prejuízo, porque tem muitos ovos e encontramos dificuldade em comercializar todo o produto. Pois, só aumentamos a produção porque acreditávamos que a entrega seria semanal”, disse a agricultora Alda Maria Pereira Xavier.
O agricultor Arlindo Lopes santos destacou: “ O que estamos vendo é a falta de articulação. Precisamos que a secretaria entregue uma planilha com o dia de recebimento semanal e a quantidade, porque a forma que está prejudica o grupo”.
Na perspectiva de encontrar a solução, de evitar que a situação se repita e obter da Secretaria de Educação um cronograma com especificação de quantidade e definição do dia da semana para entrega dos produtos, o grupo solicitou que o secretário de agricultura, a secretária de educação e a nutricionista do município participassem de uma reunião na sede da Pastoral da Criança na manhã dessa quinta-feira (4).
O secretário de agricultura Aldeny Santos Menezes mandou um representante para ouvir os agricultores (as), mas a secretária de educação Adriana Nunes Paulino Silva e a nutricionista não compareceram. Porém, essa não é a primeira vez que os agricultores (as) tentam uma reunião com a secretária. Ela já foi convidada para dialogar sobre esse assunto nos dias 25 de abril, 9 de maio e 4 de setembro de 2018. No entanto, ela não compareceu.
A secretária não aparece nas reuniões e os agricultores (as) que investiram para aumentar a produção acreditando que teriam uma entrega semanal da alimentação para o PNAE, estão sendo prejudicados.
Elessandra Araújo
terça-feira, 18 de setembro de 2018
Famílias participam do Sisma
Um momento prático para as famílias que participaram da Capacitação em Sistema Simplificado de Água para Produção (Sisma). A teoria é vista com dinâmica e roda de conversa e na prática as agricultoras e agricultores constroem canteiro e visitam experiências na comunidade. No Sisma realizado no período de 13 a 15 em Serrote dos Franças, no município de Santana do Ipanema as famílias eles ensinaram o que sabem fazer e aprenderam alternativas para construir e produzir alimentos com a conquista das tecnologias sociais.
Eline Souza – Comunicadora popular do Cdecma
Processo de formação do P1+2
Na comunidade Samambaia agricultoras e agricultores que conquistaram o Programa P1+2 da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) participaram da capacitação em Gestão da Água para Produção de Alimento (GAPA). Eles ensinaram e aprenderam alternativas simples e eficiente para produzir alimento, reutilizar e cuidar da água, conservar o solo, usar defensivos naturais, cultivar hortaliças e manter a criação de pequenos animais.
Durante os três dias de atividades, os agricultores e agricultoras trocaram experiências e viram como é possível fortalecer o arredor de casa com alternativas para economizar água, usando garrafa pet para molhar as plantas. A horta candeeiro para produzir de forma econômica, o aproveitamento das águas servidas e a água da chuva. Além dessas práticas as famílias assistiram vídeos sobre o cuidado com a horta e as plantas medicinais e conversaram também sobre as políticas públicas, a importância de uma comunidade organizada e a participação igualitária nos espaços sociais entre homens e mulheres.
Eline Souza – Comunicadora popular do Cdecma
terça-feira, 4 de setembro de 2018
O encontro para troca de saberes e sabores
Agricultoras e agricultores mostram que é possível produzir alimentos saldáveis no Semiárido alagoano. Esse modo de produzir, desperta o interesse de outras famílias que trocam experiências no terceiro intercâmbio do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e executado pelo Cdecma.
As famílias visitadas no intercâmbio moram na comunidade Olho D´Água do Negro e São Luiz em Maravilha-AL em Jiquiri Minador do Negrão-AL. Elas cultivam coentro, couve, alface, pimentão, tomate, cebolinha, frutíferas e mantem a criação de pequenos animais. Ao receberem outros agricultores elas explicam como produzem, quais os defensivos naturais que utilizam para repelir os insetos, quais as conquistas, desafios e estratégias de ação para permanecer produzindo.
“Esse intercâmbio está trazendo um grande aprendizado e estou impressionada com tantas coisas que eu vi. Antes de conhecer essas coisas pensava que a gente não era capaz e que não tinha como fazer, porque não tem água. Mas hoje eu vi que eu posso e sou capaz de produzir. Porque o mesmo que essas pessoas têm eu tenho em casa. De hoje em diante eu vou sair com outra visão, e quero colocar essa visão para frente. Quero ensinar as famílias da associação e dizer que elas são capazes de produzir”, disse Edileide Oliveira Melo da comunidade Brasilinha em Ouro Branco-AL.
A troca de experiência de saberes e sabores entre as famílias do P1+2 aconteceu nos dias 29 e 30 de agosto. Todas as famílias que conquistaram as cisternas enxurrada e calçadão e o barreiro trincheira nos municípios de Ouro Branco e Santana do Ipanema devem participar desse processo de formação.
Eline Souza – Comunicadora popular da UGT Cdecma.
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
Plenária estadual ampliada cobrando a lei que estabelece o Fecoep
Alagoas apresenta um dos piores índices de desenvolvimento humano do país, mas o governo do Estado vem recolhendo, através de tributações adicionais sobre o ICMS recurso para o Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), criado através da Lei 6558 de 2004 e regulamentado pelo decreto nº 2532 de 2005. Em 2015 o valor arrecadado para o Fundo foi R$ 81,2 milhões; em 2016 R$ 141, 5 milhões; 2017 R$ 181 milhões, e 2018 até o mês de agosto R$ 171 milhões.
Além do Fecoep Alagoas é o segundo estado do Nordeste que mais arrecada Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). De acordo a representante do legislativo Jó Pereira o orçamento geral de Alagoas chega a R$ 10 bilhões por ano.
A Lei de criação do Fecoep determina no Art 5º a criação do Plano de Combate a Pobreza, porém os anos passaram e o plano não foi criado. Esse fato fortalece a pobreza e a miséria no Estado.
Como resposta ao aumento da pobreza e da fome em Alagoas representantes do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Articulação Semiárido Brasileiro e (Asa Alagoas), Rede Estadual de Agroecologia (Rede Mutum), Conselho Estadual de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Cedafra), agricultoras e agricultores, técnicos, Rede de Educação Contextualizada (Recasa), Fórum Estadual de Economia Solidária e outros que apoiam a defesa da vida cobram ao Estado a criação do Plano de Combate a Pobreza e denuncia o avanço da fome na cidade e no campo.
“Estamos juntos para propor e fazer a diferença. Espero profundamente que o coração das pessoas esteja imbuído desse grande passo que é construir o Plano Estadual de Combate a Fome e a Pobreza do estado de Alagoas”, disse a presidente do Consea, Eunice Maria de Jesus.
“O Fecoep teria a função exclusiva de alimentar o Plano Estadual em combate à pobreza. O que eu quero dizer com isso é que construir escola é nobre fundamental; construir um hospital é uma necessidade urgente, mas que deveria ser construído com recursos normais do Fundo do Estado e não do Fecoep. Queremos que o Fecoep seja usado como a Lei determina para combater as causas da pobreza, para tirar a população da pobreza e evitar que a população adoecesse e permanecesse analfabeta”, disse o representante da ASA Alagoas Júlio Cesar Dias.
As reivindicações de um povo que luta pela vida: contra a fome e a pobreza aconteceu no dia 23 de agosto no Clube de Engenharia de Alagoas e no dia 24 na Assembleia Legislativa (ALE). Na audiência pública que aconteceu na Assembleia só estava presente à deputada Jó Pereira.
Dentre as reivindicações o povo solicita a criação de um Conselho gestor paritário com a participação da sociedade civil, a elaboração de um projeto para criação do plano custeado pelo Fecoep, e que o Plano atenda as diretrizes de superação da pobreza e redução das desigualdades sociais.
Origem do recurso do Fecoep
A Lei que criou o fundo especifica que constituem receitas do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza a parcela do produto da arrecadação correspondente ao adicional de 2% (dois por cento) do ICMS em produtos para aumentar o Fecoep de bebidas, fogos de artifício, armas e munições, suas partes e acessórios, embarcações de esporte e recreio e motores de popa, jóias, ultraleves e asas-deltas, rodas esportivas para autos; gasolina, álcool anidro e hidratado para fins combustíveis; energia elétrica, no fornecimento acima de 150 KW, cigarro, charuto, cachimbos e isqueiros; perfumes e águas-de-colônia; produtos de beleza e telecomunicações e outras receitas que venham a ser destinadas ao Fundo.
O atual governo ampliou a cobrança, antes exclusiva para produtos considerados supérfluos, com alíquota extra de 2%. Desde o ano de 2016, além desta alíquota, o Executivo passou a cobrar alíquota extra de 1% sobre outros produtos – com poucas exceções.
Eline Souza – Comunicadora popular UGT Cdecma.
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
Trocar experiências para fortalecer a produção de alimento no Semiárido
Agricultoras e agricultores que conquistaram o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) em Santana do Ipanema-AL, participaram do intercâmbio intermunicipal realizado nas comunidades Olho D´Água do Negro em Maravilha-AL e Jiquiri em Minador do Negrão. No encontro eles visitaram quatro experiências de famílias de agricultores e agricultoras, que cultivam hortaliças e mantém a criação de pequenos animais. Na troca de experiências, partilharam o conhecimento de produzir alimentos saldáveis e cuidar do solo, fazer a gestão e o reuso da água.
“Estou aprendendo muita coisa com o intercâmbio. Já fomos ver várias experiências e vi a experiência da agricultora Marileide na comunidade Jiquiri. Para fazer a horta ela usou a tela sombrite e também plantou maracujá. É interessante, porque além da tela ela conta com a sombra do plantio do maracujá e protege do sol a cebolinha, a alface, o tomate, o coentro, pimentão. Com a minha cisterna também vou produzir alimento sem veneno e fazer o que estou aprendendo”, disse a agricultora Adaquiane Silva Santos, da Lagoa do João Gomes.
“Estou conhecendo coisas que não sabia e nem passava na minha mente. O que estou aprendendo vai servir para minha família e a comunidade, porque vou repassar o que estou vendo. Agora, vejo que é possível produzir alimentos mesmo no período da seca, e a cisterna vai ajudar muito”, falou o agricultor João Ramos da Silva da comunidade Serrote dos Bois.
Através do Programa está sendo implementadas 201 tecnologias sociais (cisternas calçadão e de enxurrada, barreiro trincheira) para captação de água de chuva. Todas as famílias que conquistaram a tecnologia devem participar do intercâmbio.
O segundo intercâmbio aconteceu nos dias 16 e 17 de agosto, e faz parte das ações do processo de formação do Programa P1+2, da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), que é executado pelo Cdecma nos municípios de Ouro Branco e Santana do Ipanema e financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Eline Souza – Comunicadora popular da UGT CDECMA
sexta-feira, 17 de agosto de 2018
A ausência de políticas públicas aumenta a miséria
Sem nenhuma condição de cuidar de si mesma por motivo de doença, a agricultora familiar tem o benefício negado ao ser submetido à perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O casal é pai de quatro filhos e vive no Assentamento São Pedro, localizado na comunidade Boa Vista em Maravilha-AL. Eles vivem em situação de extrema pobreza sem direito a segurança alimentar, a saúde, a água para beber e produzir, sem energia e dividindo espaço para dormir no aprisco que era das ovelhas e em um pequeno galpão que seria para colocar ferramentas de trabalho.
Embora eles vivam em um assentamento, a casa que deveriam morar ainda não foi construída. O sonho dessa família é conquistar a casa, ter alimento, e garantir o auxílio doença de Quitéria Soares Silva que foi negado pelo INSS.
É dessa forma que o governo quer reduzir os custos com os Programas sociais penalizando quem tem direito?
Eline Souza – Comunicadora popular do Cdecma
quinta-feira, 9 de agosto de 2018
Com 63 anos o trabalhador rural não foi aposentado e teve o benefício cortado
Jeremias Gomes Feitosa vive em Maravilha-AL e começou a trabalhar na roça com os pais dele, desde os 8 anos de idade. Mas, aos 63 anos ainda não foi aposentado e há seis meses teve o corte no benefício de auxílio doença do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Um homem que trabalhou no campo sofre devido aos problemas de saúde, e vive sem segurança alimentar e nutricional. Esse é um dos resultados das perdas das conquistas com os cortes das políticas públicas.
A família passa fome. Porém a Constituição da Republica Federativa do Brasil no Capítulo II, que fala dos Direitos Sociais determina: Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
No estado de saúde que Jeremias vive e com a idade que tem é para voltar a trabalhar? Esse é um dos casos do pente-fino do INSS.
Eline Souza – Comunicadora popular UGT CDECMA.
terça-feira, 24 de julho de 2018
No intercâmbio famílias de agricultores trocam experiência para produção agroecológica
Visita a agricultora Maria Emilia na comunidade Frade
Visita ao agricultor Francisco de Assis na comunidade Olho D´Água do Negro em Maravilha
Comunidade Jiquiri em Minador do Negrão na residência do agricultor Fernando Silva.
Agricultoras e agricultores que conquistaram o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) em Ouro Branco-AL trocam experiências sobre as estratégias para produzirem alimentos sem uso de agrotóxico, conservar o solo e garantir a segurança alimentar e nutricional da família, através do uso da água das cisternas calçadão e enxurrada. Eles conheceram as alternativas desenvolvidas por famílias, que conseguem cultivar hortaliças, frutíferas, criar aves e ovelhas em municípios do Semiárido alagoano.
“Estamos conhecendo experiências de como as pessoas estão produzindo, e levaremos conhecimento para produzirmos alimentação saudável para nossa família, para comunidade e para vender na feira. Esse intercâmbio está sendo um momento de aprendizado, porque tem muitas coisas que não conhecíamos e agora estamos conhecendo”, disse a agricultora Maria Aparecida da Silva da comunidade Joaquim Gomes em Ouro Branco.
Já o agricultor Senival Marinho do Nascimento da comunidade Bonito em Ouro Branco destacou: “Estou conhecendo coisas que não sabia e está sendo uma experiência, porque a gente vai plantar e vai deixar de comprar produtos químicos”.
Para agricultora Ivonete Rodrigues de Lima da comunidade Tintino em Ouro Branco o intercâmbio é uma oportunidade de aprendizagem entre os agricultores “Estou aprendendo várias coisas que não era do meu conhecimento. Eu só compro verdura com produtos químicos nas feiras, e estou vendo que com água na cisterna posso produzir alimento natural”.
As famílias visitaram as experiências da agricultora Maria Emília na comunidade Frade em Ouro Branco, de Francisco de Assis na comunidade Olho D´Água do Negro em Maravilha-AL e do agricultor Fernando da Silva na comunidade Jiquiri em Minador do Negrão-AL.
O intercâmbio aconteceu nos dias 19 e 20 de julho e faz parte das ações do Programa P1+2, da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), que é executado pelo Cdecma nos municípios de Ouro Branco e Santana do Ipanema e financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Eline Souza – Comunicadora popular/Cdecma
quinta-feira, 19 de julho de 2018
Alunos do Pronatec em Maravilha participam de palestra
Com o objetivo de conhecer o processo de construção, deveres e direitos do associativismo e cooperativismo, os alunos do Curso Técnico Agente de Desenvolvimento Cooperativista do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec FIC Jovem, participaram da palestra sobre Associativismo e Cooperativismo na Escola estadual Professor Atanagildo Brandão, no município de Maravilha-AL. A palestra foi ministrada pelo coordenador executivo do Centro de Desenvolvimento Comunitário de Maravilha (Cdecma), Albani Vieira da Rocha. Na palestra Albani Vieira da Rocha falou sobre os deveres dos associados, a importância da participação, a solidariedade, a cooperação para o alcance de objetivos comuns e os benefícios. “A palestra foi importante para nós, pois serviu para esclarecer a prática e a teoria sobre associação e cooperativismo. A experiências apresentada pelo palestrante mostrou que nem tudo são flores como diz o ditado popular, deste modo podemos vislumbrar também os espinhos. E esse momento serve de formação para nossa futura cooperativa”, disse a aluna Carolina Rebeca. Durante a palestra, Albani Rocha falou também das atividades do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), da Agroecologia e os problemas causados pelos agrotóxicos. Eline Souza Comunicadora Popular - Cdecma
quarta-feira, 20 de junho de 2018
O cenário de devastação
Processo de desertificação em Varzea do Marinho- Ouro Branco
Os solos sem vegetação, exposto a radiação do sol e as ações do vento, intensificam o processo de desertificação que avança em Alagoas. No município de Ouro Branco cerca de 60% de suas áreas estão degradadas e essa devastação é ocasionada por ações naturais e humanas. Com a destruição do solo a produção de alimento diminui e compromete a vida no campo e agrava o êxodo rural.
De acordo com o pesquisador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS), da universidade Federal de Alagoas (Ufal), Leandro Rodrigo Macedo da Silva, “as pesquisas desenvolvidas com imagens de satélite mostram a situação da seca que impacta diretamente a vegetação e reflete na capacidade de produção do solo, inferindo num desastre natural mais conhecido como desertificação”.
Ainda segundo Leandro Silva “o processo de desertificação no Semiárido alagoano tem sido recorrente em alguns estágios de moderado, forte e muito forte, por exemplo, Carneiros e Ouro Branco, que apresentam estágio muito forte”. Porém o cenário de destruição está nos demais município do Semiárido.
O Semiárido alagoano é constituído por 38 municípios com uma extensão territorial de 45,28%, e o processo de desertificação cresce na região. O fator clima contribui para o aumento da desertificação, porém a retirada da caatinga no Semiárido alagoano, o uso incorreto do solo com práticas de degradação incluindo o uso do trator para arar a terra, o excesso de pastoreio e manejo inadequado (gado, caprinos), o uso de agrotóxico, a retirada da caatinga, e a poluição das águas, essas ações antrópicas, ocorridas ao longo dos anos tem fortalecido o crescimento da degradação da terra.
Na propriedade do agricultor Apolônio José Barbosa, 80 anos, que vive no Sítio Várzea do Marinho em Ouro Branco-AL, o solo pedregoso e fraco não dá mais produção em quantidade e qualidade, mesmo no período chuvoso.
“Na década de 60 cheguei a plantar 40 tarefas de algodão, plantava feijão e milho e conseguia de um quilo de feijão colher um saco de feijão. Os anos foram passando e continuei plantando, mas a seca e a terra fraca já não dá mais para plantar. E há seis anos não tinha tantas pedras. Quanto mais à gente ara a terra com trator mais aparecem pedras. E na maioria da comunidade não tem quem venha arar com animal, somente com o trator”, disse o agricultor Apolônio.
Desertificação e o PAE
Apesar de a desertificação ser reconhecida mundialmente, e o dia 17 de junho ser celebrado como o dia mundial de combate a desertificação, as ações preventivas para combater a degradação da terra são poucas e temporárias em alguns lugares e inexistente em outros do Semiárido. È fundamental que ações previstas no Plano Estadual de Combate a Desertificação (PAE-AL), concluído em 2012, sejam executadas. Que o poder público em suas três esferas estadual, federal e municipal assumam compromissos de conservar os recursos naturais, combater a pobreza e a desigualdade social. É fundamental que as medicas para conservação do solo não sejam paliativas e que as famílias que vivem no campo tenham assistência técnica e extensão rural (ATER). É necessário que haja apoio a Pesquisa, Ciência e Tecnologia e que as ações para combater a desertificação sejam contínuas e integradas. Uma vez que o resultado de degradação que é mostrado nas imagens de satélite e que conseguimos visualizar, é resultado principalmente da negligência com as políticas públicas de combate a desertificação. ASA e combate a desertificação Em setembro de 2017 a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) ganhou o prêmio internacional Política para o Futuro 2017, onde o Programa de Cisternas foi reconhecido como a segunda maior inciativa do mundo em combate a desertificação, na 13º Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para o Combate a Desertificação (UNCCD), em Ordos na China. No entanto, a política que é reconhecida mundialmente não é valorizada em território brasileiro. Em 2018 houve um corte drástico de 95% do recurso para o Programa de Cisternas. O governo diminui a ação mais eficaz que vem contribuindo para o combate da desertificação, a fome e a miséria. Elessandra Araújo
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