sexta-feira, 27 de outubro de 2017
Pesquisa fortalecerá a implementação de barragem subterrânea
terça-feira, 24 de outubro de 2017
Cdecma presente na comunidade Açude
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
Mulheres que produzem
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
Catingueiros em defesa da caatinga
No 3º Encontro dos catingueiros os participantes trocaram experiências sobre as potencialidades das plantas da caatinga, as estratégias para proteger o bioma e conservar os recursos naturais. Eles avaliaram o avanço do processo de desertificação no Semiárido alagoano e informaram que nos últimos cinco meses conseguiram plantar em suas propriedades 2.500 mudas de espécies nativas como leucena, aroeira, gliricídia, ubaia, umbuzeiro, cunhã, cedro, pereiro, araça, coco babaçu, craibeira, cactos, além do plantio de frutíferas.
Os catingueiros e as catingueiras residem na região do Agreste, Bacia Leiteira, Alto e Médio Sertão de Alagoas e os convidados da Microrregião da Mata Alagoana. Em suas áreas de atuação estão desenvolvendo e informando sobre práticas sustentáveis de conservação do uso do solo.
O agricultor Sebastião Damasceno, residente no Sítio Cabaceiro em Santana do Ipanema-AL, local onde foi realizado o encontro, no dia 7 de outubro disse: “Esse encontro tem um conteúdo muito importante devido o valor medicinal e a importância que a caatinga tem. Pensamos nas formas práticas de conviver com a natureza para que tenhamos uma vida mais saudável, águas mais sadia e nosso planeta mais sadio. Devemos multiplicar e ter um fermento de continuidade de ações nas nossas propriedades rurais, que ainda resta um pouquinho da caatinga e da biodiversidade”.
De acordo com Marcos Gomes do departamento de Meio Ambiente de Inhapi-AL “o encontro é essencial para sustentabilidade da agricultura familiar. A situação atual de desertificação e destruição dos recursos naturais é gritante. Em 70% dos municípios os solos estão erodidos sem matéria orgânica, sem fertilidade. Não se pode pensar agricultura sem solos férteis. O encontro dos catingueiros vai ao encontro do desenvolvimento sustentável da região. E precisamos da caatinga recuperada em forma de agroflorestal, para que essa fertilidade volte. Sem a conservação do solo, da vegetação, dos animais nós não conseguiremos sustentabilizar a agricultura familiar na região”.
O grupo fez roda de conversa e passeio no meio da caatinga. No processo de construção do conhecimento resgatou os encaminhamentos realizados no 1º e 2º Encontro, com análise para os avanços e novos encaminhamentos.
A agricultora Cícera Maria da Silva (popular Leda) da comunidade Retiro em Inhapi-AL falou: “Nesse encontro a gente resgata um pouco da nossa cultura do bioma caatinga. É importante trazer as outras companheiras para que elas se identifiquem mais com o bioma, porque ainda existe a historia de roçar o mato e queimar. Por isso é importante trazer mais companheiras e jovens para defender a caatinga”.
Os 26 participantes do encontro estão envolvidos nas práticas de conservação do ecossistema e preocupados com a saúde da população e a desertificação. A desertificação é fortalecida com o uso do agrotóxico, as queimadas, pouca cobertura vegetal, falta de manejo da caatinga.
“Esse encontro me traz esperança de que o Nordeste sobreviva, porque do jeito que a coisa estar daqui a uns trinta ou quarenta anos não vai ter mais sobrevivente nesse lugar. A caatinga é a subsistência do nosso sertão, sem isso não somos ninguém. Espero que cada pessoa saia com compromisso para mudar, lutar, buscar direitos nacional, internacional e gritar para o mundo o que está acontecendo no nosso sertão”, esclareceu o agricultor Jose Manoel do Assentamento Lameirão em Delmiro Gouveia - AL.
A dependência dos catingueiros (as) da caatinga faz com que eles promovam mudança de hábitos e costumes para a convivência no Semiárido, e planejem o 4º Encontro.
Elessandra Araújo
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Pela vida do Velho Chico
Integrantes da Articulação do Baixo São Francisco celebraram o dia de São Francisco e chamaram a atenção da população para a situação de degradação do Velho Chico. Em Propriá-SE a população ribeirinha fez caminhada nas ruas da cidade em louvor a São Francisco de Assis e em defesa do rio, que no dia 04 de outubro completou 516 anos de descoberta.
Na cidade de Penedo os pescadores e representantes de movimentos sociais realizaram um ATO com apresentações pela vida do rio São Francisco. A representante da ONG Movimento Ecológico Filhos do velho Chico - O Pirá, Benalva dos Santos Lima, destacou alguns impactos negativos na vida do rio e da população: “O rio está muito assoreado e a água está ficando salina em boa parte das cidades de Piaçabuçu, de Brejo Grande e parte da Ilha das Flores. Os pescadores já não vivem da pesca e o peixe está escasso. Estão pescando siri na região. Também as lanchas e balsas estão com dificuldade na navegação. Alguns pescadores não recebem o seguro defeso de 2016 e não estão sendo confeccionadas novas carteiras para pescadores”.
Para Divaneide Souza da Articulação do Baixo São Francisco o impacto no rio é devastador e implica na vida da população “Com a diminuição do volume de água do rio, a sobrevivência dos ribeirinhos que vivem da pesca se torna impossível”, disse.
Já o missionário do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Zennus Dinys Feitosa dos Santos apontou outros impactos relacionados ao Velho Chico e a população indígena, a exemplo a obra do canal do sertão, que traz problemas socioambientais. “As comunidades indígenas sofrem impactos de forma direta, porque vivem próximo ao canal e as terras não foram demarcadas. E o rio também, com a obra do canal que é usada por políticos na indústria da seca. O canal é usado por pessoas para irrigação e sem acompanhamento técnico, causando salinização do solo que é muito pobre”.
Diante de tanta degradação causada ao Velho Chico e a população, as manifestações continuam. No próximo dia 7 de outubro a Associação Olha o Chico junto com artistas de Piaçabuçu realizará nas margens do rio o Sarau, onde está previsto a realização de um documentário.
Elessandra Araújo
Fotos: Everaldo Fernandes e Benalva Lima
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Celebração da vida no meio da caatinga
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