domingo, 21 de abril de 2013

Políticas públicas de convivência com o semiárido




Umbuzeiro exemplo de convivência com o semiárido
 Que seca é essa? É um fator inusitado? Será que esse fenômeno ocorrerá de novo? Daqui a quantos anos? Quem ganha com a seca? Quantas famílias ainda conseguirão permanecer no campo?
 Quantas perguntas sem resposta para muitos e resposta engavetadas nas mãos de poucos, mas que detém poder de implementar ações preventivas de convivência com o semiárido. 
O fenômeno da seca descrito por Graciliano Ramos em Vidas Secas, por Euclides da Cunha em Os Sertões e apresentada por pesquisadores do IAE e outros, demonstra que esse fator está presente no semiárido devido às condições edafoclimáticas. Exemplificamos só algumas: 1582/84 - 1777/80-1877/80 - 1930/33 - 1957/59. 
De acordo com o engenheiro Manoel Bonfim não é uma seca inusitada, mas prevista de longas datas pelos estudos do Instituto de Atividades Espaciais-(IAE) de São José dos Campos. Esta previsão foi chamada de “Prognóstico do Tempo a Longo Prazo” Baseia-se em interpolações e pesquisas cuidadosas fundamentadas no histórico pluviométrico da região nordeste. A cada 26 anos ocorre uma grande seca.
O Professor Dr. Luiz Baldicero Molion da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em entrevista ao Jornal Correio da Paraíba destacou “o Nordeste brasileiro é uma região semiárida por natureza. Anos chuvosos são exceção e não regra. Não há que se combater a aridez como vem sendo tentado há 500 anos. O que deve ser feito é encontrar soluções que se adaptem à região”.
Os problemas decorrentes da estiagem prolongada têm como fator a ausência e fragilidade de políticas públicas para convivência com o semiárido. Políticas direcionadas para educação de qualidade contextualizada e no campo, saúde pública, geração de trabalho e renda, conservação dos recursos naturais, assistência técnica para agricultura familiar camponesa, segurança, lazer e soberania alimentar.
Quais as políticas públicas que foram e estão sendo desenvolvidas de forma interligada e contínua? Quais as ações que foram planejadas e executadas pelo poder público para o período de estiagem? Caro pipa? Para quantas famílias? Quantos kg de merenda para os animais? Quantas famílias não receberam a migalha da merenda? Quantos animais já morreram e o mandacaru e a macambira que estão sendo dizimadas? Quantas famílias perdendo noite de sono em busca de um tambor de água de domingo a domingo?
Quantas famílias que não são atendidas pelo poder público e padecem sem saber a quem recorrer?!
Precisamos de medidas de curto e médio prazo e não de medidas paleativas e que não atende de forma eficaz as famílias do semiárido alagoano.
Por isso, não devemos aceitar que coloquem a culpa de tanto sofrimento na SECA! O fenômeno faz parte do semiárido. Vejamos o exemplo de José do Egito Gêneses 41,1-57. Não devemos focar somente no carro pipa, no canal do sertão! A vida não pára e precisamos colocar em prática os diversos documentos e estudos que foram elaborados para convivência do semiárido visando o desenvolvimento sustentável.        
As políticas públicas têm-se revelado ainda insuficientes para a adequada proteção e conservação dos recursos naturais. As queimadas continuam agravando mais a degradação do solo e o processo de desertificação. O caminho da extinção do mandacaru é resultado da falta de ração para os animais. Precisamos de medidas estruturadoras e educativas para o desenvolvimento da região.
 
Cdecma


domingo, 14 de abril de 2013

Sofrimento previsto

Agricultora luta para viver no sertão alagoano

A fragilidade de políticas públicas para convivência com o semiárido, principalmente no período de estiagem prolongada,contribui para extinção do mandacaru e a morte dos animais no sertão Alagoano. A agricultora familiar, Maria de Lourdes,da comunidade Boa Vista em Mata Grande-Al disse “até o momento não recebi um grão de farelo do poder público, meu esposo já fez o cadastro na prefeitura e a gente procura toda semana, mas não recebemos nada. Dos trinta animais já morreram sete, dois estão na rede e os outros tão caindo, desse jeito vamos perder tudo, porque não temos mandacaru e nem palma”.
Ainda, a agricultora indignada reclama das dificuldades para ter acesso à água para consumo humano “não recebi um carro pipa, se a gente quiser água para beber temos que comprar um caminhão pipa no valor de R$ 150,00 a 200,00 e agente não sabe a qualidade dessa água, só dizem que vem do canal do sertão que fica aberto e caem bichos, mas fazer o que se não temos outro meio”.

Elessandra Araújo


quinta-feira, 4 de abril de 2013

As abelhas não resistem a estiagem prolongada

Os apiários da Associação de Apicultores e Apicultoras de Maravilha-AL (Apimar) estão diminuindo devido à estiagem prolongada.  A migração e a morte das abelhas comprometem a geração de renda, a recuperação de ambientes degradado e a inclusão social dos agricultores e agricultoras familiares.  Na comunidade Lagoa do Touro no sítio Craíbas em Maravilha, foram implantadas 22 colmeias, mas atualmente existem 10, porém com um número menor de abelhas. O apicultor Amilton Bezerra disse “para manter as abelhas eu coloco água de dois em dois dias, se a seca continuar os enxames diminuirá e vai ser mais difícil formar enxame, e para formar vai ser a preço de ouro”.
Segundo o apicultor João Marcos em 2011 a Apimar obteve de oito apiários 1600 kg de mel e em 2012 cerca de 200 kg. “As abelhas que estão nas colmeias são porque choveu um pouco em janeiro e ajudou na florada do umbuzeiro, juazeiro, jurema e algaroba, se não fosse isso, elas já tinham ido embora ou estavam mortas”.
A atividade de apicultura gera renda que contribui para o sustento da família associada à agricultura familiar. Além, de se tornar um segmento importante para economia do semiárido.

Ausência da atividade compromete a renda da agricultura familiar

A Apimar está localizada no Sítio Olho D´Água do Negro de Baixo em Maravilha - AL,  formada por dezessete apicultores que vivem da agricultura familiar. Em 2012 adquiriu do Fundo Nacional de Solidariedade com apoio do Centro de Desenvolvimento Comunitário de Maravilha (CDECMA), 60 colmeias, cinco jalecos, cinco fumigadores e 10 kg de cera, porém os equipamentos obtidos ainda foram utilizados devido à estiagem.   

Elessandra Araújo

terça-feira, 2 de abril de 2013

Cdecma divulga resultado do Edital 001/2013



O Centro de Desenvolvimento Comunitário de Maravilha (CDECMA), de acordo com o edital 001/2013 divulga o resultado do processo de seleção para profissionais para execução do Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com Semiárido: Segurança  e Soberania Alimentar através do Manejo Sustentável da Terra e das Águas – P1+2 no território AL 102, para os municípios selecionados no Estado. Segundo a Comissão de Seleção, obedecendo aos critérios de análise dos currículos e o edital 001/2013 foram selecionados: Adilma Umbelina Gomes – Auxiliar administrativo, Francisca Marcia França Soares - Animadora de campo, José Junior Rodrigues Gomes - Comunicador popular e Frank de Assis Nunes Ritir  - Animador de campo.
Os referidos profissionais devem comparecer a sede do CDECMA na Rua sagrada Família, 81. Centro em Maravilha, até o dia 03 de abril com a documentação especificada no edital e para participarem do encontro de formação da equipe UGT CDECMA. O não comparecimento ao prazo estabelecido será convocado o segundo colocado.
 Os pré-candidatos que não foram classificados para o edital 001/2013 estão cadastrados no Banco de Consultores e Assessores da entidade, seus serviços especializados poderão ser contratados em outras atividades desenvolvidas pelo CDECMA.