domingo, 27 de maio de 2012

Agrotóxicos ameaçadores

Duas pesquisas divulgadas em março podem dar uma pista do porquê do desaparecimento das abelhas em boa parte da Europa e dos Estados Unidos. Segundo um grupo de pesquisadores das universidades de Stirling e de Lancaster, ambas no Reino Unido, são os agrotóxicos os grandes vilões da história. Embora a legislação vede a aplicação de produtos que matem os insetos, segundo os especialistas, alguns tipos de pesticidas estão dificultando a reprodução e o crescimento das colônias de abelhas. Mais fracas e cada vez menores, as colmeias tendem a desaparecer. Os especialistas da Associação para o Desenvolvimento da Apicultura da Provença e do Centro de Desenvolvimento de Abelhas de Avignon, ambos na França, descobriram uma justificativa a mais para o problema. Segundo eles, o agrotóxico thiamethoxam, permitido na maioria dos países, leva indiretamente os insetos à morte. Segundo a pesquisa do grupo, a substância atrapalha o funcionamento do sistema de orientação dos bichos, impedindo que elas reencontrem a colmeia depois de voar para longe. Assim, as abelhas teriam dificuldade de voltar para casa e acabariam morrendo. (MMM)
Fonte: MMA

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O velho Chico resistindo aos inúmeros impactos



Nesses 510 anos de vida do rio São Francisco nós temos que comemorar a bravura e resistência de um rio que suporta toneladas de esgoto, lixo, assoreamento, diminuição de suas águas com a morte de afluentes e barragens entre outros impactos. Também nos envergonhamos da ação humana que favorece a agonia de um rio que contribui para o desenvolvimento socioambiental do país.
Ao longo dos anos a história mostra como foi e como estar o rio. Porém as ações de recuperação e conservação são pequenas diante da grandeza dos problemas. Em 2009 o Ministério do Meio Ambiente contratou a empresa Greentec para diagnosticar impactos em municípios que integram a Bacia do Rio São Francisco no estado de Alagoas. Foram levantados 50 problemas em 49 comunidades de 17 municípios. Dentre os impactos apontados destacam-se o desmatamento, erosão em estradas, vertentes e voçorocas, áreas degradadas. Porém, nenhuma ação foi desenvolvida para recuperar as áreas degradas e prevenir a erosão.
Já no município de Penedo, cidade histórica, o velho e bravo Chico resiste ao assoreamento que vem crescendo ao longo do tempo decorrente da ausência de mata ciliar em longos trechos do rio sem contar com a carga de esgoto que é jogado em seu leito.  Até quando o “Opara dos nossos Índios” resistirá?
 O rio que ajudou e ajuda no desenvolvimento de Penedo estar sendo coberto por bancos de areia. 

Enchentes

A história mostra a alegria e a tristeza dos penedenses em suas maiores enchentes na cidade. Nos anos de 1919 atingiu 6,85 m acima do nível normal; em 1926 chegou a 6,74 m acima do nível normal, em 1949 a cota foi 6,24 m acima do nível normal em 1960 chegou a atingir 6,34 m acima do nível normal.
Hoje no lugar das águas cresce bancos de areia e capim. Esse processo reflete em sua foz com o avanço da Morte do Delta do São Francisco. Quantos aniversários o velho e bravo Chico irá resistir?
Em 2006 um estudo sobre os impactos causados ao rio São Francisco trabalho de Monografia realizado pela jornalista Elessandra Araújo mostrou que à medida que o rio percorre a cidade de Penedo, nas margens, aumenta o período de tempo que suas águas ficam fora dos padrões de balneabilidade.  Também a produção de peixe na área urbana vem diminuindo. Os peixes encontrados em menor quantidade são: o surubim, o mandi amarelo, a tabarana (dourado), e o Aragú. Um peixe que desapareceu do rio foi o Pirá. Será que os nossos filhos e netos poderão comemorar no dia 04 de outubro de cada ano a vida do rio São Francisco?

Elessandra Araújo

Brasil usa 19% dos agrotóxicos produzidos no mundo

Por Renata Tôrres - Rádio Câmara

O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), José Agenor Álvares da Silva, afirmou que o País é responsável por 1/5 do consumo mundial de agrotóxicos. O Brasil usa 19% de todos os defensivos agrícolas produzidos no mundo; os Estados Unidos, 17%; e o restante dos países, 64%. Ele citou pesquisa segundo a qual o uso desses produtos cresceu 93% entre 2000 e 2010 em todo o mundo, mas no Brasil o percentual foi muito superior (190%).
Segundo o diretor da Anvisa, existem atualmente no País 130 empresas produtoras de defensivos agrícolas, que fabricam 2.400 tipos diferentes de produtos. Em 2010, foram vendidas 936 mil toneladas de agrotóxicos, negócio que movimenta US$ 7,3 bilhões. Silva participou de debate da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, no Plenário 14.

Rádio Câmara/EcoAgência

quarta-feira, 9 de maio de 2012

INSA lança projeto para gerenciar pesquisas em Desertificação

Monitorar a desertificação no Semiárido brasileiro como subsídios para a geração de políticas públicas, este será o tema de um evento a ser realizado no período de 8 a 10 de maio, em Campina Grande (PB). O 1° Workshop do projeto Monitoramento sistemático da desertificação no Semiárido brasileiro: subsídios para políticas públicas acontece na sede do Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI) e conta com a participação de representantes de instituições de todo o Semiárido brasileiro. A ideia é, neste primeiro Workshop, criar grupos de pesquisa para monitorar a desertificação em vários estados da região, com atuação nos municípios de Gilbués (PI), Irauçuba (CE), Seridó (RN/PB), Cariris Velhos (PB), Cabrobó (PE), Sertão do São Francisco (BA). Sabe-se que grande parte do Semiárido brasileiro apresenta seus recursos naturais degradados, cujas evidências são mais flagrantes em alguns locais reconhecidos como Núcleos de Desertificação, em geral caracterizados por grandes manchas desnudas e/ou com cobertura vegetal baixa e sinais claros de erosão do solo.
 Os objetivos do evento consistem em: estimular a formação de grupos de pesquisa em rede e apoiar a realização de estudos e projetos sobre desertificação e suas conseqüências, prevenção da degradação e manejo de áreas degradadas no Semiárido brasileiro; reunir cientistas, profissionais de áreas relacionadas e formuladores de políticas de renome nacional em um evento de caráter interdisciplinar, com vistas a promover o intercâmbio de informações, a busca de cooperação entre entidades (assinatura de parcerias) e, a medi o prazo, o desenvolvimento de políticas públicas apropriadas para a convivência (ou o controle) com a desertificação.
O público-alvo do Workshop é pesquisadores, gestores públicos e representações organizadas da sociedade que atuam nas Áreas Suscetíveis a Desertificação (ASD), com atuação relevante na temática de desertificação.
 Na primeira etapa será realizada uma apresentação do projeto para demonstrar a estrutura de gestão, sob a responsabilidade de um Coordenador Geral, assessorado gerencialmente por uma Secretaria-Executiva sediada no INSA. As atividades e ações a serem desenvolvidas em cada Núcleo de Desertificação ficarão sob a responsabilidade de um coordenador de área, denominado de Coordenador do Núcleo, o qual definirá sua equipe de trabalho e delegará responsabilidades à mesma. Também será realizado um treinamento e/ou capacitação em Campina Grande, na sede do INSA, que constará de instruções teóricas e práticas a abrangerem os seguintes temas: detalhamento das metodologias a serem utilizadas; operação dos instrumentos de medidas; manutenção e conservação dos instrumentos; detecção de problemas dos instrumentos e coleta e processamento dos dados.
por Ascom

sábado, 5 de maio de 2012

Abrasco lança primeira parte do dossiê que alerta sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde dos brasileiros

A Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) lançou no último final de semana, durante o Congresso Mundial de Alimentação e Nutrição em Saúde Pública (WNRio 2012), um dossiê sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde dos brasileiros. O documento, elaborado por representantes de vários grupos temáticos da Associação, tem como objetivo sensibilizar, por meio de evidências científicas, as autoridades públicas nacionais e internacionais para a construção de políticas públicas que possam proteger e promover a saúde humana e dos ecossistemas impactados por esses produtos químicos.
"O dossiê é um alerta à sociedade e ao Estado brasileiro. Registra e difunde a preocupação de pesquisadores, professores e profissionais com a escalada do uso de agrotóxicos no país e a contaminação do ambiente e das pessoas dela resultante, com severos impactos sobre a saúde pública", afirma Luiz Augusto Facchini, presidente da Abrasco. Além dos efeitos imediatos, como intoxicação e morte, os efeitos crônicos podem ocorrer meses, anos ou até décadas após a exposição, manifestando-se em várias doenças como cânceres, malformação congênita, distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais.
"Nos últimos três anos o Brasil vem ocupando o lugar de maior consumidor de agrotóxicos no mundo. Os impactos à saúde pública são amplos porque atingem vastos territórios e envolvem diferentes grupos populacionais. Tais impactos são associados ao nosso atual modelo de desenvolvimento, voltado prioritariamente para a produção de bens primários para exportação", afirmou Fernando Carneiro, do GT Saúde e Ambiente da Abrasco, que coordenou a elaboração do documento.
O documento cita dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Observatório da Indústria dos Agrotóxicos da UFPR, divulgados durante o 2º Seminário sobre Mercado de Agrotóxicos e Regulação, realizado em Brasília em abril de 2012, mostrando que enquanto nos últimos dez anos o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, o mercado brasileiro cresceu 190%.
Em 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior mercado mundial de agrotóxicos. O resultado dessa crescente dependência dos agrotóxicos e fertilizantes químicos é que um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros está contaminado, segundo análise de amostras coletadas em 26 Unidades Federadas do Brasil, realizadas pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Anvisa (2011).
Leia na íntegra o dossiê da Abrasco – “Um alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde”.
Fonte: AS-PTA

A Destruição do São Francisco

                               Banco de areia próximo a Rocheira cresce no leito do rio

O rio São Francisco agoniza sem a conclusão da obra da transposição e se essa obra for concluída como ficará o Velho Chico com a diminuição e fragilidade dos seus afluentes e tão distante da revitalização.
Até quando o rio São Francisco suportará os inúmeros impactos negativos que sofre desde a nascente até a Foz. A diminuição da mata ciliar, o lixo, os efluentes e o assoreamento são notórios, principalmente no Baixo São Francisco.
Na cidade de Penedo animais pastam nos bancos de areia formado no leito do rio. O assoreamento cresce e os peixes vêm diminuindo.
Onde estar à revitalização do rio? Para a transposição o engenheiro, Manoel Bomfim Ribeiro, disse “o orçamento inicial era 3,6 bilhões de reais para toda a obra, hoje está em 8,2 bilhões. Sabemos que o orçamento deverá alcançar os 16 bilhões se a obra chegar ao fim. O cálculo é meu sem medo de errar”.
Enquanto a revitalização não chega o rio recebe os esgotos, a cana-de-açúcar substitui a mata ciliar, os restos de material de construção é jogado na margem do rio e a qualidade e quantidade de água vai sendo comprometida, junto com a saúde da população e a vida do São Francisco. 
Por Elessandra Araújo