terça-feira, 27 de novembro de 2018
A vida no sertão
Moradores do sertão alagoano comemoram a volta da chuva depois de um período seco. Desde o dia de ontem (26) o clima mudou na região e a chuva fina traz esperança para agricultura familiar.
O dia está chuvoso e céu nublado em Maravilha-AL. “Para quem vive no sertão, não tem imagem mais bonita, nem dia mais esperado”, disse agricultora Alda Maria Pereira da comunidade São Luiz, Maravilha - AL
O ano de 2018 tem sido um ano muito difícil para agricultura familiar, devido à estiagem prolongada e a escassez de água. Tem famílias no campo que sofrem, porque não tem água para beber e nem condição de comprar água no valor de R$ 300 (trezentos reais) podendo chegar até R$ 380,00 (trezentos oitenta reais), dependendo da localidade.
Mas, com a chuva que cai, nasce à esperança de produzir alimento, armazenar água para o consumo da família, para os animais e de ver a mudança na paisagem que está seca.
Eline Souza – Comunicadora popular
UGT Cdecma
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
O espaço de produção e geração de renda
“A gente pra viver hoje tem que ter coragem de se desdobrar de todas as maneiras, se não a gente não vive. A gente tem que pensar e trabalhar muito para poder sobreviver nesse lugar, que está seco”, disse o agricultor José Adriano Cavalcante, 40, pai de 3 filhos. Junto com a esposa Anderleia Alves Cavalcante, 40, fez um pequeno barreiro e colocou lona para armazenar água. Com o reservatório, seguindo um planejamento e economia nos gastos da água, eles passaram a produzir as hortaliças, plantas medicinais, frutíferas e mantém a criação de galinhas.
É no quintal de casa na comunidade Puxinanã em Santana do Ipanema-AL, que o casal trabalha com alegria no cultivo da horta e frutíferas. “Começamos a plantar as verduras em quatro canteiros e depois fomos aumentando o plantio de couve, cebolinha, coentro, pimentão, pimenta, tomate cereja, maxixe e uva. O sonho da minha vida é ver muita verdura e frutas aqui. E quando a cisterna-calçadão for construída eu vou poder produzir mais, porque coragem de trabalhar a gente tem”, disse a agricultora.
Para a agricultora produzir no quintal de casa significa uma terapia. “No dia que não vou cedo para os canteiros fico estressada. Quando estou cuidando o tempo passa tão rápido que não dá para pensar em nada de problema”, ressaltou.
Anderleia Cavalcante continuou com entusiasmo e disse: “Tem tempo que a horta fica tão bonita que fico sem coragem de tirar para vender. E quando alguém me pergunta se tenho coragem de produzir, eu digo que é tudo que eu tenho. Porque tudo que a gente faz tem que ter amor. Eu trabalho com amor”.
A família conquistou através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a cisterna para produção, que tem capacidade para armazenar 52 mil litros de água. Eles participam do processo de formação e a cisterna será construída nesse mês de novembro.
Eline Souza/ Comunicadora popular Cdecma.
“Com esforço, dedicação e políticas a gente consegue produzir"
A diversidade produtiva para garantir o sustento da família com alimentos saudáveis, é produzida no quintal de casa, pelo casal de agricultores Claudemira Pereira dos Santos Freitas, 44, e Admilson Freitas, 47, pais de 5 filhos. Eles vivem na comunidade Camuxinga em Santana do Ipanema-AL.
No quintal, o casal mantém a criação de galinhas e cabras e cultivam o plantio de espécies nativas, ervas medicinais, frutíferas, capim e palma. Para fortalecer a produção, eles usamo esterco dos animais, defensivos naturais e a cobertura morta com folhas secas para manter a umidade da terra.
A agricultora disse ter orgulho de produzir alimentos, mas reconheceu a importância das políticas públicas para fortalecer a produção no quintal: “A conquista da cisterna e primeira água mudou nossa vida, depois veio o crediamigo e o bolsa-família que ajudou muito a dar um pulinho pra frente. Sabendo trabalhar e empregar as políticas públicas melhoraram o nosso desenvolvimento e ajuda a gente a viver no campo”, disse
Claudemira Pereira.
Escoando a produção
A família comercializa carne de frango, ovos de galinha caipira e hortaliças. A produção de ovos e frango de
postura é vendida para cooperativa Avicultores e Agricultores Familiares Sertão Alagoano, onde a agricultora é
associada.
A filha do casal, Claudia Santos Freitas destacou: “Sinto orgulho dos meus pais por produzirem sem agrotóxico.
Temos alimento saudável para consumir e o que sobra nós levamos para feirinha da agricultura familiar, que acontece
em Santana do Ipanema-AL em frente à EMATER”.
Eline Souza/ Comunicadora popular Cdecma.
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
Agricultor alagoano participa do intercâmbio internacional
Agricultor familiar Sebastião Rodrigues Damasceno, guardião da caatinga e sementes da resistência, que vive no Sítio Cabaceiro, localizado na comunidade Lages dos Barbosa I, em Santana do Ipanema-AL, viajou nessa segunda-feira (5), representando a ASA Alagoas para participar do intercâmbio internacional promovido pela ASA Brasil e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Junto com outros agricultores, agricultoras do Semiárido Brasileiro, e representantes da Associação Programa Um Milhão de Cisterna para o Semiárido (AP1MC) e da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) seguirão para Senegal na África. O intercâmbio ocorrerá no período de 5 a 13 de novembro de 2018.
O grupo formado por 18 pessoas, que representa o Brasil através da Articulação Semiárido Brasileiro foi convidado pela FAO para trocar experiência com a população rural do Senegal. A troca de saberes entre os agricultores e agricultoras tem o objetivo de contribuir para produção de alimento na região Africana e fortalecer a resiliência diante das dificuldades apresentadas com as mudanças climáticas e o avanço do processo de desertificação.
Eline Souza/ Comunicadora popular Cdecma.
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