quarta-feira, 20 de abril de 2016
Pesquisadores e tomadores de decisão abrem 2ª Reunião do Euroclima sobre desertificação, degradação dos solos e secas
O tema central do evento é “Diálogo político-científico sobre os impactos socioeconômicos da desertificação, degradação da terra e seca na América Latina”. Foi aberta hoje (18) e vai até a próxima sexta-feira (22) a 2ª Reunião do Euroclima sobre desertificação, degradação dos solos e secas. O evento que acontece na sede do Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI), em Campina Grande (PB), conta com a participação de representantes de 18 países oriundos de institutos de pesquisa científica, universidades e agências que desenvolvem estudos sobre secas e processo de desertificação na América Latina e Caribe. O evento é organizado pelo Centro Comum de Investigação (JRC, na sigla em inglês) da Comissão Europeia (CE), em parceria com o Instituto Nacional do Semiárido (Insa), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) do Brasil, e do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Cerimônia de abertura
A cerimônia de abertura contou com a participação do subsecretário da coordenação das Unidades de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Scup/MCTI), Kayo Julio Pereira, do delegado da União Europeia no Brasil, Thierry Dudermel, do Coordenador do Programa Euroclima/JRC, Paulo Barbosa e do diretor do Insa, Salomão Medeiros. Também compuseram a mesa o diretor do Departamento de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Francisco Campello, o coordenador da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), Antonio Barbosa, e o assessor internacional da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Aruã Lima. Thierry Dudermel destacou que a vulnerabilidade e os impactos das mudanças climáticas requerem uma resposta urgente por parte de todos os países e da comunidade internacional e que a luta contra o processo é hoje uma das prioridades no âmbito da cooperação internacional da União Europeia. Ele ainda ressaltou que o programa Euroclima representa, precisamente, um esforço da Comissão Europeia na busca da integração das estratégias e medidas de adaptação às mudanças climáticas, bem como das políticas e planos públicos de desenvolvimento nacionais na América Latina. Para isso, ele considera que um dos aspectos de maior importância é a vinculação entre a ciência e a política para que os resultados dos estudos orientem a forma da tomada de decisão. Francisco Campello destacou a importância do evento por permitir a articulação entre a sociedade civil, a área da pesquisa científica e os Ministérios governamentais, como o MMA, cuja missão está focada no apoio a políticas públicas, procurando absorver essas reflexões e fazer com que retornem para a população que vive no Semiárido brasileiro. “Uma situação interessante no Brasil é que, de fato, tratamos a questão das mudanças climáticas e da desertificação associada à realidade de como esse processo ocorre nas particularidades dos territórios do Semiárido brasileiro. Temos a estratégia de implementação das ações que possam estabelecer relações de convivência adequada e sustentável nesse ambiente, numa situação que procura trazer o conhecimento científico associado ao conhecimento das pessoas que nele vivem”, salientou. Kayo Pereira destacou que o MCTI tem em sua missão produzir conhecimentos e políticas públicas para a convivência com o Semiárido, para a adaptação às mudanças climáticas e para enfrentar o processo de deserticação. “O Insa materializa esses esforços do Ministério e tem exercido uma liderança importante na articulação de instituições de conhecimentos, de organizações da sociedade civil, na discussão da agricultura familiar e em tudo que diz respeito à socioeconomia do Semiárido brasileiro, apoiando temas que vão além do espectro tradicional da política científica e tecnológica brasileira”, ressaltou. Na tarde desta segunda-feira e amanhã (19) são divulgados e discutidos no evento os Estudos de Caso do Programa Euroclima em desertificação, degradação dos solos e secas. Essas pesquisas apresentam uma análise recente e oferecem aos tomadores de decisão em políticas públicas alternativas para a gestão de problemas relacionados com: 1) Vulnerabilidade socioeconômica à seca e à degradação das terras; 2) Implementação de um sistema de monitoramento e avaliação das secas na América Central e Caribe; 3) Efeitos das secas e degradação dos solos na migração das comunidades rurais da América Latina e Caribe. Para acessar a programação detalhada, clique aqui. As apresentações estão sendo transmitidas ao vivo pelo site do Insa (www.insa.gov.br).
Euroclima
O Euroclima é um programa de cooperação regional entre a União Europeia e a América Latina, com foco em mudanças climáticas. O programa é uma rede financiada pela União Europeia e coordenada pelo JRC, na Itália, que visa facilitar a integração de estratégias de mitigação e adaptação às alterações climáticas nas políticas públicas e nos planos de desenvolvimento regional. A Reunião serve como um espaço para ampliar e fortalecer a capacitação, o desenvolvimento de redes regionais de investigação conjunta e a troca de experiências políticas, sociais e econômicas sobre múltiplos aspectos dos problemas da desertificação, degradação dos solos e secas na América Latina e Caribe. O objetivo é promover o intercâmbio entre a política, a investigação científica e a aplicação prática de metodologias para monitorar e mitigar os problemas da desertificação, degradação dos solos e secas na região.
Texto: Catarina Buriti (Ascom do Insa)
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